São Paulo, Sexta-feira, 04 de Junho de 1999
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Entenda mais sobre o conflito nos Bálcãs

da Redação

Os bombardeios à Iugoslávia começaram em 24 de março, após o governo do país ter se negado a assinar um acordo de paz com separatistas de etnia albanesa da Província de Kosovo, no sul do país.
Cerca de 90% da população da Província era composta por muçulmanos de origem albanesa. Eles travavam disputa com o poder central de Belgrado por maior autonomia de governo.
Desde o ano passado, tropas enviadas pelo presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, praticam repressão contra os albaneses de Kosovo.
Milosevic afirma estar combatendo "terroristas" separatistas do ELK (Exército de Libertação de Kosovo) na região. Diz estar defendendo a integridade territorial do país em uma Província de importante valor histórico para os sérvios (a Sérvia, junto com a República de Montenegro, forma a atual Iugoslávia).
O Ocidente acusa Milosevic de promover "limpeza étnica" -matar e expulsar deliberadamente de suas casas os kosovares de origem albanesa.
Com vistas a impedir a continuação da "limpeza étnica", a Otan (aliança militar ocidental, liderada pelos EUA) lançou ofensiva aérea contra o país.
Em mais de dois meses de bombardeios, debilitou o Exército iugoslavo, mas também causou muitas vítimas civis -tanto em Kosovo como em grandes cidades como Belgrado (capital), Novi Sad e Nis.
Em resposta, Milosevic acelerou a expulsão da população albanesa de Kosovo. Cerca de 1 milhão de pessoas deixaram a Província desde 98 -a maior parte está refugiada em campos na Albânia e na Macedônia.
Como condição para o fim dos bombardeios, a Otan exige de Belgrado a retirada de suas tropas de Kosovo, a permissão para o retorno dos refugiados, a autorização para a entrada de forças internacionais de manutenção de paz na região e o compromisso de voltar a negociar autonomia para Província com base em um acordo elaborado em fevereiro, em Rambouillet, na França.
A Rússia, tradicional aliado dos sérvios (que, como os russos, são majoritariamente cristãos ortodoxos) vem atuando como mediadora entre Milosevic e o Ocidente.


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