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Leia o texto do acordo aprovado pela Iugoslávia
da "Reuters", em Belgrado
Segue o texto integral de um documento
sobre a resolução do conflito de Kosovo, que
foi aceito ontem pelo Parlamento sérvio. O documento é intitulado "Propostas trazidas pelo
enviado da UE, o presidente finlandês, Martti
Ahtisaari, e pelo negociador russo para os Bálcãs, Viktor Tchernomirdin".
Para que se possa chegar a uma solução para
a crise de Kosovo, é preciso obter um acordo
com relação aos seguintes princípios:
1. O fim imediato e verificável da violência e
da repressão em Kosovo.
2. A retirada verificável de todas as forças
militares, policiais e paramilitares de Kosovo,
seguindo um cronograma acelerado.
3. A instalação em Kosovo, sob mandato da
ONU, de presenças internacionais efetivas, civis e militares, que possam agir segundo uma
possível decisão em acordo com o capítulo 7 da
Carta da ONU e que tenham condições de garantir a realização dos interesses mútuos.
4. Uma presença internacional de segurança,
com participação fundamental da Otan, deve
ser posta sob comando e controle unificado e
autorizada a manter um ambiente seguro para
a população de Kosovo e a facilitar o retorno
dos refugiados e indivíduos deslocados a suas
casas, em segurança.
5. O estabelecimento de uma administração
interina para Kosovo, como parte da presença
civil internacional que seria decidida pelo Conselho de Segurança da ONU, sob a qual a população de Kosovo passaria a desfrutar de autonomia significativa no interior da RFI (República Federal da Iugoslávia). Uma administração interina para manter o governo interino
enquanto são estabelecidas e monitoradas as
instituições necessárias à autonomia democrática, para criar condições de vida pacífica e normal para todos os cidadãos de Kosovo.
6. Após a retirada, pessoal militar iugoslavo e
sérvio em número a ser objeto de acordo seria
autorizado a retornar para assumir os seguintes deveres:
- contato com a missão civil internacional e
com a presença de segurança internacional;
- marcar a localização de campos minados e
participar da retirada das minas;
- manter uma presença nos locais que contêm patrimônios nacionais sérvios;
- manter uma presença nos pontos-chave de
travessia de fronteiras.
7. O retorno livre e seguro de todos os refugiados e pessoas deslocadas, sob a fiscalização
da Acnur (Alto Comissariado da ONU para os
Refugiados) e com livre acesso das organizações humanitárias a Kosovo.
8. Um processo político voltado ao estabelecimento de um acordo político geral interino
que garanta autonomia significativa para Kosovo, levando plenamente em conta o acordo
de Rambouillet e os princípios de soberania e
integridade territorial da RFI e de outros Estados da região, além da desmilitarização do ELK
(Exército de Libertação de Kosovo). As negociações entre as partes não devem adiar ou
criar obstáculos à criação das instituições de
autogoverno democrático.
9. Uma abordagem geral ao desenvolvimento e estabilização econômicos da região em crise. Isso implicaria implementar o Pacto de Estabilidade do Sudeste Europeu, com ampla
participação internacional, para possibilitar o
incremento da democracia, prosperidade econômica, estabilidade e cooperação regional.
10. O fim das atividades militares implicaria
a aceitação desses princípios, além de um acordo em torno de outros elementos exigidos e
previamente identificados, especificados na
nota de rodapé. Então um acordo militar/técnico seria concluído, abrangendo outras modalidades, incluindo o papel e função do pessoal iugoslavo/sérvio em Kosovo.
(...)
Nota de rodapé
Outros fatores exigidos:
* Um cronograma preciso e acelerado para a
retirada que signifique, por exemplo, sete dias
para a retirada total, e a retirada das unidades
de defesa aérea para fora da zona de segurança
mútua de 25 km no prazo de 48 horas.
* O retorno dos militares que ocupam as
funções acima mencionadas seria realizado
sob a supervisão da presença de segurança internacional e seria restrito a um número pequeno e previamente acordado (na casa das
centenas, não dos milhares).
* A suspensão das atividades militares teria
lugar quando a retirada fosse iniciada e fosse
verificável.
* A discussão do acordo militar/técnico e de
sua implementação não adiaria o cronograma
previamente acordado da retirada.
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