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RECONSTRUÇÃO
União Européia condiciona doação de recursos à democratização da Iugoslávia; Bálcãs terão pacto de estabilidade
Europa só dará ajuda após saída de Milosevic
das agências internacionais
A União Européia condiciona
o envio de ajuda
para a reconstrução da Iugoslávia à saída do
ditador Slobodan Milosevic
do poder.
"Não poderemos negociar com a
Sérvia enquanto Milosevic estiver
no poder", disse o espanhol José
María Gil-Robles, presidente do
Parlamento Europeu.
Ele está em Colônia (Alemanha),
onde participa da cúpula de chefes
de Estado da União Européia.
A Sérvia é a República que, junto
com Montenegro, compõe a Iugoslávia. Kosovo é uma das Províncias da Sérvia.
Segundo o parlamentar, a União
Européia não vai destinar recursos
para a reconstrução da Iugoslávia
enquanto o país não respeitar
princípios democráticos.
Gil-Robles afirmou que a União
Européia vai começar a tratar da
reconstrução dos Bálcãs a partir do
momento em que forem encerrados os bombardeios contra a Iugoslávia.
Também em Colônia, o ministro
das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer, afirmou que
os chanceleres dos países industrializados e do sudeste da Europa
vão se reunir na Alemanha, no dia
10, para discutir um pacto de estabilidade para os Bálcãs, patrocinado pela UE.
O pacto inclui ajuda econômica
para reconstrução e estabilização
política. O objetivo é criar as bases
para que os países da região adotem economias de mercado e modelos democráticos, com a meta final de ingressar na União Européia.
"Se isso (o pacto) for um sucesso,
esperamos que um documento seja assinado até o fim de junho. Significa que estaremos prontos a
apoiar a Sérvia no seu caminho de
volta à Europa", disse Fischer. Segundo ele, a inclusão da Iugoslávia
no plano vai depender do processo
de democratização do país.
Novo Plano Marshall
O ministro alemão afirmou que o
pacto, uma espécie de Plano Marshall para os Bálcãs, terá três aspectos: segurança e estabilidade, desenvolvimento econômico e democratização.
Por meio do Plano Marshall, os
EUA financiaram a reconstrução
da Europa Ocidental, depois da Segunda Guerra Mundial.
O plano da União Européia também vai lidar com as instituições
dos países envolvidos, incluindo
os Judiciários.
A proposta vai ainda tentar garantir que os direitos de minorias
sejam respeitados na região.
Estima-se que serão gastos, só
para enviar os refugiados de volta
para Kosovo, cerca de US$ 15 bilhões. No final do mês passado, a
Comissão Européia (órgão executivo da UE) estimou entre US$ 2
bilhões e US$ 3,5 bilhões os gastos
com os trabalhos de reconstrução
de Kosovo.
A Iugoslávia sofreu importantes
danos a sua infra-estrutura. Ainda
é difícil avaliar com precisão o prejuízo causado pelos bombardeios.
Além de reconstruir pontes, prédios e fábricas, será necessário absorver a mão-de-obra que ficou
ociosa com a destruição de fábricas pelos ataques da Otan.
Meio ambiente
O meio ambiente também está
sendo afetado pelo conflito. O
bombardeio de complexos industriais provocou o vazamento de
produtos químicos nocivos à natureza e à saúde da população.
Segundo a OMS (Organização
Mundial da Saúde), substâncias
tóxicas como PVC, etileno e mercúrio foram liberados no ar e contaminaram rios do país. A organização diz que o sistema de saúde
iugoslavo está em ruínas.
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