São Paulo, sexta, 4 de julho de 1997.



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KENNEDY
Versão reforçava tese de 'bala única'
Comissão alterou relatório sobre JFK

de Washington

Por iniciativa do então deputado Gerald Ford, seu integrante, a comissão que investigou o homicídio de John Kennedy alterou a descrição inicial do ferimento que matou o presidente dos EUA em 1963.
Documentos dos trabalhos da comissão liderada por Earl Warren (1891-1974), então presidente da Suprema Corte, mostram que Ford (presidente dos EUA entre 1974 e 1977) sugeriu alterações no texto final do relatório para colocar o local da entrada da bala num local do corpo de Kennedy acima do originalmente descrito.
Críticos do trabalho da Comissão Warren dizem que a alteração foi feita para reforçar a teoria da "bala única" a entrar pelas costas do presidente, sair pelo seu pescoço e ferir o governador do Texas, John Connaly, que estava no banco da frente do carro de Kennedy.
A redação original do texto da comissão dizia: "Uma bala entrou em suas costas num ponto ligeiramente abaixo do ombro, à direita da coluna vertebral". Ford sugeriu modificá-lo para: "Uma bala entrou na parte de trás de seu pescoço, ligeiramente à direita da coluna vertebral". O texto final ficou: "Uma bala entrou por trás na base de seu pescoço, ligeiramente à direita da coluna vertebral".
A Comissão Warren referendou a versão de que Kennedy foi atingido por apenas dois tiros, ambos vindos de trás. Muitas pessoas acham que o buraco no pescoço do presidente foi provocado pela entrada de uma bala disparada de frente. O único suspeito do homicídio, Lee Harvey Oswald, foi morto dois dias depois de Kennedy.
Ford, 84, não fez comentários ontem sobre a revelação. Os documentos mostram que ele sugeriu diversas outras modificações no texto final do relatório, inclusive para tornar mais duras as críticas à polícia de Dallas, Texas, sul dos EUA, sob cuja custódia Oswald foi assassinado pelo dono de botequim Jack Ruby, em 24 de novembro de 1963. O relatório da Comissão Warren foi publicado em 1964 e referendado por uma CPI da Câmara nos anos 70. (CELS)



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