DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O escritório central da Promotoria Geral da Indonésia acusou formalmente de corrupção, ontem, o ex-presidente Suharto, 79, colocando o ex-ditador a um passo de um julgamento.
O promotor-geral Marzuki Darusman afirmou que Suharto tem de ser julgado, apesar de seus advogados argumentarem que sua saúde está muito debilitada.
"Se ele não respeitar a Justiça, então a Justiça terá de decidir se podemos tomar medidas para forçá-lo a comparecer perante o juiz", disse Darusman à rede de TV inglesa BBC.
"Suharto já foi acusado de corrupção. Agora uma equipe de promotores vai indiciá-lo formalmente diante de um juiz", explicou Yushar Yahya, porta-voz da Promotoria Geral. O julgamento deve começar até o final do mês.
Suharto governou a Indonésia com mão-de-ferro de 1966 a 1998 e conseguiu dar ao país crescimento e estabilidade econômica, mas foi deposto em poucos meses, após a crise econômica que assolou vários países asiáticos, e particularmente a Indonésia, no segundo semestre de 1997.
Pouco mais de dois anos depois das violentas manifestações que forçaram Suharto a deixar o poder, as únicas lembranças que restam de seu governo são de corrupção maciça e de violações aos direitos humanos.
Ele é acusado de ter desviado cerca de US$ 550 milhões de sete instituições de caridade que controlava enquanto ocupava a Presidência. Junto com sua família, Suharto teria feito uma fortuna de US$ 45 bilhões durante os 32 anos em que ficou no poder. Ele nega todas as acusações.
Os advogados de Suharto pediram ontem, sem sucesso, que as acusações que pesam sobre ele sejam retiradas, pois sua saúde estaria enfraquecida demais para que ele pudesse ir ao tribunal.
"Uma pessoa que não consegue explicar seus pensamentos não deveria ser levada a julgamento", declarou o advogado Muhamad Assegaf.


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