DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Marco Antonio Pinochet, o filho mais novo do ex-ditador Augusto Pinochet, disse que seu pai não fará exames médicos e que ele deverá defender sua inocência nos tribunais chilenos.
Caso a Corte Suprema confirme a decisão da Corte de Apelações de Santiago e casse a imunidade parlamentar do general, a defesa de Pinochet alega que a realização dos exames médicos poderia salvá-lo de um processo na Justiça comum, com o argumento de que ele sofre de demência senil.
Marco Antonio disse em uma entrevista acreditar que seu pai terá sua imunidade parlamentar cassada pela Corte Suprema. Mas ressaltou que sua família não admite que Pinochet seja salvo por exames de saúde mental. "Se fizesse isso, ele sairia do processo como culpado e demente", disse.

Desaparecidos
Uma carta contendo informações sobre 780 pessoas desaparecidas durante a ditadura de Pinochet (1973-1990), entregue pelo pastor metodista Enrique Vilches ao presidente Ricardo Lagos, foi divulgada ontem pela Associação dos Familiares dos Presos Desaparecidos.
O texto revelou que, antes de serem jogados ao mar, os cadáveres eram submetidos "a um tratamento químico no qual uma substância era injetada em seu corpo para estimular os peixes a comer carne humana".
Submetida a outro tratamento, a parte óssea dos cadáveres decompunha-se em cinco dias. Placas de chumbo eram colocadas no estômago dos cadáveres para que afundassem e nunca fossem encontrados. Com o tempo, as placas foram substituídas por trilhos de trem, "pois eram mais baratos", afirmou a carta.
O chefe das Forças Armadas chilenas, general Ricardo Izurieta, disse que se encontrará com Pinochet no dia em que sair a decisão oficial da Corte Suprema -o que deve ocorrer hoje ou no início da próxima semana- para dar seu apoio ao general.


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