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Para Jobim, crítica de advogado é voluntarismo oposicionista
ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA ESPECIAL A PORTO PRÍNCIPE
O ministro Nelson Jobim, da
Defesa, acusou ontem de desconhecimento e de voluntarismo oposicionista a crítica de
conselheiro da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil) de
que a missão militar no Haiti "é
uma força de ocupação, e não
humanitária".
Jobim, que esteve na sede do
Batalhão Brasileiro (Brabatt),
foi direto e duro: "Isso mostra o
absoluto desconhecimento sobre o assunto. É um voluntarismo típico da necessidade de fazer oposição por fazer oposição". Advogado de carreira, Jobim respondia assim ao colega
Aderson Bussinger.
Segundo oficiais do Brasil
que servem no Haiti, liderando
a Minustah, Bussinger esteve
no país acompanhado de representantes do PSOL e do PSTU,
ambos duros adversários do PT
no campo da esquerda e críticos do governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante a visita do ministro
da Defesa, a discussão foi no
sentido oposto ao da crítica: os
militares estão tão satisfeitos
com o resultado que já pensam
em aumentar o efetivo de 1.200
homens brasileiros na missão,
iniciada em 2004.
Segundo o comandante da
Companhia de Engenharia, coronel Antônio César Alves Rocha, seriam necessários mais
cem homens do Brasil, pelo
menos, para tocar obras como
asfaltamento, construção e reforma de prédios e perfuração
de poços artesianos para abastecer as forças de paz e as populações civis ao seu redor.
A justificativa para o aumento do efetivo é a de que a missão
começou contra as gangues armadas que tomavam de assalto
o país, que é, com 8,5 milhões
de habitantes, o mais pobre de
todas as Américas. Hoje, porém, a missão vai além, com
forte ação social e participação
crescente na reconstrução da
praticamente inexistente infra-estrutura haitiana.
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