São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007

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Para Jobim, crítica de advogado é voluntarismo oposicionista

ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA ESPECIAL A PORTO PRÍNCIPE

O ministro Nelson Jobim, da Defesa, acusou ontem de desconhecimento e de voluntarismo oposicionista a crítica de conselheiro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de que a missão militar no Haiti "é uma força de ocupação, e não humanitária".
Jobim, que esteve na sede do Batalhão Brasileiro (Brabatt), foi direto e duro: "Isso mostra o absoluto desconhecimento sobre o assunto. É um voluntarismo típico da necessidade de fazer oposição por fazer oposição". Advogado de carreira, Jobim respondia assim ao colega Aderson Bussinger.
Segundo oficiais do Brasil que servem no Haiti, liderando a Minustah, Bussinger esteve no país acompanhado de representantes do PSOL e do PSTU, ambos duros adversários do PT no campo da esquerda e críticos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante a visita do ministro da Defesa, a discussão foi no sentido oposto ao da crítica: os militares estão tão satisfeitos com o resultado que já pensam em aumentar o efetivo de 1.200 homens brasileiros na missão, iniciada em 2004.
Segundo o comandante da Companhia de Engenharia, coronel Antônio César Alves Rocha, seriam necessários mais cem homens do Brasil, pelo menos, para tocar obras como asfaltamento, construção e reforma de prédios e perfuração de poços artesianos para abastecer as forças de paz e as populações civis ao seu redor.
A justificativa para o aumento do efetivo é a de que a missão começou contra as gangues armadas que tomavam de assalto o país, que é, com 8,5 milhões de habitantes, o mais pobre de todas as Américas. Hoje, porém, a missão vai além, com forte ação social e participação crescente na reconstrução da praticamente inexistente infra-estrutura haitiana.

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