São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007

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Relatório da OAB afirma que missão da ONU no Haiti não é humanitária

Relator do documento, filiado ao PSTU, quer o Brasil fora do país caribenho

DA SUCURSAL DO RIO

Relatório da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que visitou o Haiti por dez dias, aponta a Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti) como uma força "violenta", "constrangedora" e que "não pratica ação humanitária".
Para o autor do documento, o advogado Aderson Bussinger Carvalho, as tropas brasileiras deveriam se retirar da missão. O Brasil lidera as tropas no país desde 2004. O relatório será submetido à aprovação do Conselho Federal do órgão.
O conselheiro da OAB do Rio visitou o Haiti entre os dias 23 de junho e 3 de julho deste ano. Segundo o advogado, filiado ao PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), ele ouviu relatos "assustadores" de trabalhadores e entidades de direitos humanos do país.
"A conclusão a que eu cheguei é que a presença das tropas no Haiti não é humanitária. É uma missão estritamente militar. O país tem uma história de ocupações e o Brasil acaba exercendo um papel nesse histórico". O subcomandante do batalhão brasileiro no país, coronel Tomás Miguel Paiva, afirmou que o objetivo das tropas é "permitir que a ação humanitária atue no país".
Entre os relatos ouvidos por Bussinger, há "reclamações de professores universitários sobre a presença de tropas da ONU no campus". "Há relatos de que a polícia nacional praticava atos de violência em uma favela e o blindado da tropa da ONU estava a poucos metros do local", afirmou.
"Os militares não construíram escolas, hospitais... Os haitianos estão em um quadro que exige soluções econômico-sociais", disse o advogado. (ITALO NOGUEIRA)

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