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Relatório da OAB afirma que missão da ONU no Haiti não é humanitária
Relator do documento, filiado ao PSTU, quer o Brasil fora do país caribenho
DA SUCURSAL DO RIO
Relatório da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), que
visitou o Haiti por dez dias,
aponta a Minustah (Missão de
Estabilização da ONU no Haiti)
como uma força "violenta",
"constrangedora" e que "não
pratica ação humanitária".
Para o autor do documento, o
advogado Aderson Bussinger
Carvalho, as tropas brasileiras
deveriam se retirar da missão.
O Brasil lidera as tropas no país
desde 2004. O relatório será
submetido à aprovação do Conselho Federal do órgão.
O conselheiro da OAB do Rio
visitou o Haiti entre os dias 23
de junho e 3 de julho deste ano.
Segundo o advogado, filiado ao
PSTU (Partido Socialista dos
Trabalhadores Unificado), ele
ouviu relatos "assustadores" de
trabalhadores e entidades de
direitos humanos do país.
"A conclusão a que eu cheguei é que a presença das tropas
no Haiti não é humanitária. É
uma missão estritamente militar. O país tem uma história de
ocupações e o Brasil acaba
exercendo um papel nesse histórico". O subcomandante do
batalhão brasileiro no país, coronel Tomás Miguel Paiva, afirmou que o objetivo das tropas é
"permitir que a ação humanitária atue no país".
Entre os relatos ouvidos por
Bussinger, há "reclamações de
professores universitários sobre a presença de tropas da
ONU no campus". "Há relatos
de que a polícia nacional praticava atos de violência em uma
favela e o blindado da tropa da
ONU estava a poucos metros
do local", afirmou.
"Os militares não construíram escolas, hospitais... Os haitianos estão em um quadro que
exige soluções econômico-sociais", disse o advogado.
(ITALO NOGUEIRA)
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