São Paulo, Sábado, 04 de Setembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTURO
Economia e violência são maior desafio

da Redação

Timor Leste terá vários desafios pela frente caso venha a obter sua independência em relação à Indonésia. A violência crescente e a economia frágil são alguns dos fatores de instabilidade que o ameaçam.
O investimento no turismo pode ser uma alternativa para fortalecer a economia do território. A infra-estrutura atual é precária e precisa ser desenvolvida. Os hotéis de Dili (capital), por exemplo, oferecem apenas dezenas de quartos.
Portugal prometeu uma ajuda de pelo menos US$ 280 milhões em cinco anos. O FMI (Fundo Monetário Internacional) também disse estar disposto a oferecer ajuda.
Os recursos humanos em Timor Leste, com cerca de 800 mil habitantes, são limitados. Há uma universidade em Dili. O ensino público, em bahasa indonésio (idioma oficial da Indonésia), é precário.

Violência crescente
Desde a votação da última segunda-feira, a violência vem crescendo em Timor Leste. O resultado do referendo pode agravar a situação e provocar novos confrontos.
Nos próximos dias, poderia haver mais "morte e destruição" no território, segundo a entidade de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch. A ONU prepara o envio de uma força de manutenção da paz ao local.
Agências de ajuda humanitária afirmam estar se preparando para uma "situação de emergência". Segundo o governo indonésio, entre 50 mil e 100 mil pessoas podem deixar a ex-colônia portuguesa.

Transição
O Conselho Nacional de Resistência Timorense (CNRT), que reúne grupos favoráveis à independência de Timor Leste, deve exercer o poder, substituindo o governo indonésio.
Segundo José Ramos-Horta, líder do movimento pela independência de Timor Leste que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 96, o CNRT defende um período de transição de três anos até a independência, sob os auspícios da ONU.
Durante esse período, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, seria a autoridade máxima de Timor Leste e administraria o território por meio de um representante especial, em parceria com os timorenses.
O líder pró-independência Xanana Gusmão disse ao governo da Indonésia que o território não vai abrigar opositores ao regime indonésio, para tentar evitar violência.
Gusmão disse ainda que, caso Timor Leste obtenha a independência, o país conservará a rupia (moeda indonésia) como moeda nacional.
"Preparamos uma força de manutenção da paz no contexto de uma autoridade transitória", disse Joachim Hütter, responsável para a Ásia do Departamento de Operações de Manutenção da Paz da ONU.


Texto Anterior: Referendo: Independência vence em Timor
Próximo Texto: Conheça líder timorense
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.