São Paulo, Sábado, 04 de Setembro de 1999
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ARGENTINA
Presidente pode liderar oposição
Menem e Alfonsín discutem transição

ANDRÉ SOLIANI
de Buenos Aires

O presidente argentino, Carlos Saúl Menem, e o arquiteto da coalizão da oposição, Raúl Alfonsín, se encontraram na quinta à noite.
A reunião informal dos dois rivais políticos, a menos de dois meses da eleição presidencial, indica o início das negociações necessárias para uma transição política estável, após dez anos de domínio de Menem.
"Falamos da necessidade de operarmos no período de transição do governo. Isto é, que asseguremos que não tenhamos maiores problemas", afirmou o atual presidente.
Ao que tudo indica, o candidato da Aliança (oposição), Fernando de la Rúa, deverá ser o próximo morador da Casa Rosada, a partir de 10 de dezembro.
Ele aparece nas pesquisas com 48% das intenções de voto -19 pontos na frente do candidato do partido de Menem, Eduardo Duhalde. Confirmado o cenário previsto pelas pesquisas, De la Rúa dificilmente conseguirá governar sem o apoio do Partido Justicialista (PJ, de Menem), que controla o Congresso e os principais sindicatos do país. Alfonsín, que se recupera de um acidente de carro sofrido em junho, será figura central no diálogo com o PJ .
Menem, que pretende voltar à Presidência em 2003, ocupará o cargo de líder de seu partido até 2001.
No Senado, o PJ tem maioria absoluta. Dos 67 senadores, conta com 36 do próprio partido e mais seis aliados. A Aliança, união da UCR (União Cívica Radical) e da Frepaso, tem 25, contando outros quatro aliados.
Na Câmara dos Deputados, que será renovada pela metade, nenhum partido conseguirá a maioria, afirmam os analistas.
A Aliança dependerá de outros partidos para conseguir quorum mínimo e votar seus projetos.
Para o Brasil e o Mercosul, uma transição tranquila na Argentina e sua recuperação econômica serão importantes por causa dos laços comerciais que mantêm.


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