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ARGENTINA
Presidente pode liderar oposição
Menem e Alfonsín
discutem transição
ANDRÉ SOLIANI
de Buenos Aires
O presidente argentino, Carlos
Saúl Menem, e o arquiteto da coalizão da oposição, Raúl Alfonsín,
se encontraram na quinta à noite.
A reunião informal dos dois rivais políticos, a menos de dois
meses da eleição presidencial, indica o início das negociações necessárias para uma transição política estável, após dez anos de domínio de Menem.
"Falamos da necessidade de
operarmos no período de transição do governo. Isto é, que asseguremos que não tenhamos
maiores problemas", afirmou o
atual presidente.
Ao que tudo indica, o candidato
da Aliança (oposição), Fernando
de la Rúa, deverá ser o próximo
morador da Casa Rosada, a partir
de 10 de dezembro.
Ele aparece nas pesquisas com
48% das intenções de voto -19
pontos na frente do candidato do
partido de Menem, Eduardo Duhalde. Confirmado o cenário previsto pelas pesquisas, De la Rúa
dificilmente conseguirá governar
sem o apoio do Partido Justicialista (PJ, de Menem), que controla o
Congresso e os principais sindicatos do país. Alfonsín, que se recupera de um acidente de carro sofrido em junho, será figura central
no diálogo com o PJ .
Menem, que pretende voltar à
Presidência em 2003, ocupará o
cargo de líder de seu partido até
2001.
No Senado, o PJ tem maioria
absoluta. Dos 67 senadores, conta
com 36 do próprio partido e mais
seis aliados. A Aliança, união da
UCR (União Cívica Radical) e da
Frepaso, tem 25, contando outros
quatro aliados.
Na Câmara dos Deputados, que
será renovada pela metade, nenhum partido conseguirá a maioria, afirmam os analistas.
A Aliança dependerá de outros
partidos para conseguir quorum
mínimo e votar seus projetos.
Para o Brasil e o Mercosul, uma
transição tranquila na Argentina
e sua recuperação econômica serão importantes por causa dos laços comerciais que mantêm.
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