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DIREITOS HUMANOS
Organização pede que governos não utilizem ataques para aumentar repressão
Anistia denuncia agressões a muçulmanos
DA REUTERS
A Anistia Internacional declarou ontem que os ataques aos
EUA haviam provocado uma onda de agressões a muçulmanos e
posto em perigo o respeito aos direitos humanos no mundo todo.
A organização de defesa dos direitos humanos, com sede em
Londres, pediu aos países que não
usassem os atentados como pretexto para mais agressões.
"O horror dos ataques de 11 de
setembro não podem resultar na
vitimização de comunidades em
todo o mundo em nome de uma
"luta contra o terrorismo'", disse o
grupo, em uma nota à imprensa.
Em um relatório divulgado ontem, a organização afirmou ter
provas documentais de represálias contra muçulmanos e pessoas
de aparência árabe ou asiática.
"É uma triste ironia que, poucas
semanas após a Conferência da
ONU contra o Racismo, muitas
comunidades estejam enfrentando um aumento [no número de
episódios" de discriminação e racismo", afirmava a nota.
A Anistia disse que, apenas nos
EUA, mais de 540 ataques a árabes americanos e pelo menos 200
a sikhs foram registrados na semana seguinte aos ataques.
A organização também afirmou
que leis que vários governos estão
tentando aprovar ameaçam as liberdades civis e podem reduzir
proteções contra violações dos direitos humanos. As leis incluem
medidas para endurecer o tratamento de imigrantes ilegais, o
que, segundo a Anistia, pode prejudicar os direitos de pessoas em
busca de asilo político.
"Também há o perigo de que,
enquanto a atenção do mundo esteja voltada para outros lugares,
os governos aumentem a repressão de seus oponentes", afirmou a
organização.
O grupo citou o assassinato de
mais de 12 palestinos, incluindo
uma menina de 14 de idade, por
forças de segurança de Israel nos
dois dias seguintes aos ataques.
A Anistia disse que declarações
oficiais de autoridades chinesas
sugeriam que o governo poderia
utilizar os ataques para reprimir
ainda mais grupos de origem muçulmana no país. A organização
também afirmou que o governo
do Uzbequistão poderia usar o
clima atual para endurecer o tratamento da oposição islâmica.
"Apesar de a Anistia Internacional reconhecer o direito -e, de
fato, o dever- de todos os governos tomarem medidas para proteger seus cidadãos, é essencial
que essas medidas não levem a
violações dos direitos humanos."
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