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PÂNICO 2
Telefonema anônimo sobre tomada de avião apavora passageiros, tripulação e governo
Falso sequestro mobiliza a Índia
DA REDAÇÃO
A Índia passou ontem por um
aparente falso alarme de sequestro de avião que pôs as forças de
segurança do país em alerta.
O ministro da Aviação Civil da
Índia, Shahnawaz Hussain, disse
que a confusão começou com
uma chamada telefônica anônima segundo a qual o Boeing-737
da Air Alliance Air -divisão da
companhia aérea Indian Airlines- que acabara de decolar de
Bombaim com destino a Nova
Déli havia sido sequestrado. Pouco depois, a torre de controle do
aeroporto passou as informações
ao piloto, que então trancou a
porta da cabine.
O avião aterrissou normalmente no aeroporto Indira Gandhi, na
capital indiana, mas sob a tensão
do "sequestro".
A tripulação, trancada na cabine, pensava que terroristas estivessem com os passageiros. Estes,
por sua vez, imaginaram que os
sequestradores estivessem na cabine.
Em terra, o avião foi cercado
por policiais, e fontes no local chegaram a dizer que havia sido feito
contato com os sequestradores.
Não havia nenhuma informação,
contudo, sobre a identidade ou
sobre os objetivos dos supostos
sequestradores.
Pouco depois, Hussain anunciou que tudo não passara de um
alarme falso e que todos os 54 passageiros e tripulantes haviam deixado a aeronave ilesos.
Embora nenhum grupo tivesse
reivindicado a autoria da ação, logo surgiram suspeitas de que a
operação estivesse ligada ao conflito na Caxemira, região fronteiriça disputada entre Índia e Paquistão. Dias antes, um atentado
com carro-bomba diante da sede
legislativa do governo local da
parte indiana da Caxemira matou
cerca de 40 pessoas. A autoria da
ação foi reivindicada pelo Yaish-e-Mohamed, um movimento islâmico separatista que teria vínculos com o Paquistão. Houve ainda
ameaças de ataques a aeroportos.
Outro motivo de temor era que
a Índia esteve entre os primeiros
países que ofereceram ajuda aos
EUA em sua chamada guerra ao
terrorismo.
Boataria
Fontes do Ministério da Aviação Civil que não quiseram se
identificar chegaram a informar
que os pilotos estavam trancados
na cabine e que se negavam a
abrir a porta.
O Boeing foi estacionado numa
área isolada do aeroporto Indira
Gandhi, e autoridades disseram
que a polícia já estava em negociação com os sequestradores -supostamente dois homens. Forças
especiais cercaram a aeronave, e o
governo indiano convocou uma
reunião de emergência para solucionar a crise.
Segundo uma TV local, os sequestradores se expressavam
muito mal em inglês e exigiram
que dois engenheiros fossem levados a bordo.
Para evitar que o avião voltasse
a decolar, a polícia furou seus
pneus -calculava-se que a aeronave ainda dispusesse de combustível suficiente para ao menos
uma hora e meia de vôo. Fontes
citadas pela rede britânica BBC
disseram que os sequestradores
haviam pedido mapas de vôo para várias cidades no norte da Índia e do Paquistão, incluindo Karachi e Lahore.
Autoridades do governo declararam, sob a condição de anonimato, que todos os aeroportos do
Paquistão estavam em alerta e haviam recebido a instrução de não
permitir a aterrissagem do Boeing
sequestrado. Tropas paquistanesas adicionais teriam sido deslocadas para o aeroporto de Islamabad, a capital do Paquistão.
Desesperado no aeroporto, Manoj Kumar Grover disse que seu
irmão estava no avião e que lhe falara por telefone celular. "Dizem
pelos alto-falantes que devemos
ficar quietos. Não sabemos onde
eles estão nem que tipos de arma
estão carregando", teria dito o
passageiro a seu irmão.
Com agências internacionais
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