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ORIENTE MÉDIO
Bombardeio com tanques e incursão em Gaza vieram depois que extremistas palestinos atacaram colônia
Israel mata 6 palestinos após ataque
DA REDAÇÃO
Em retaliação a um ataque realizado anteontem contra uma de
suas colônias em território ocupado, Israel bombardeou ontem
instalações palestinas na faixa de
Gaza e ocupou parte da região por
tempo indeterminado. Seis palestinos foram mortos, e, pouco depois, na Cisjordânia, extremistas
abriram fogo contra israelenses,
fazendo dois feridos. Em razão da
violência, a trégua formal deu novos sinais de iminente colapso.
Cinco palestinos -entre eles
quatro policiais- foram mortos
no bombardeio de tanques israelenses contra um posto de segurança da Autoridade Nacional Palestina (ANP) perto de Beit Lahiya, cidade palestina próxima do
assentamento judaico onde integrantes do grupo extremista Hamas entraram e mataram dois colonos e feriram mais 15 -os dois
atiradores palestinos acabaram
mortos por soldados.
Outro palestino foi morto e
mais oito ficaram feridos na troca
de tiros que se seguiu à incursão
israelense de tanques e escavadeiras na zona autônoma. Fontes palestinas afirmaram que ao menos
dez postos palestinos de segurança foram destruídos.
"Engenheiros de combate, blindados e infantaria estão vasculhando a região e destruindo postos policiais palestinos da área de
onde partiram os terroristas que
se infiltraram na colônia", afirmou o Exército em nota. "A operação é realizada em território sob
controle palestino e tem o objetivo de afastar a ameaça terrorista
da área dos assentamentos."
A ANP condenou o ataque de
anteontem ao assentamento e
prometeu punir os responsáveis.
Hebron
Em Hebron (Cisjordânia), palestinos dispararam a partir de
um bairro vizinho contra uma
multidão de israelenses que rezavam no Túmulo dos Patriarcas.
Duas mulheres foram feridas
-uma estava em estado grave.
O local, sagrado para judeus e
muçulmanos, é dividido em uma
sinagoga e uma mesquita. Em
1994, o extremista israelense Baruch Goldstein abriu fogo contra
muçulmanos que rezavam nessa
mesquita e matou 29 palestinos.
Em seguida ele foi linchado.
Com frequência há confrontos
em Hebron. Encravados no centro da cidade de 120 mil palestinos, há cerca de 400 colonos israelenses, fortemente protegidos por
soldados.
Ao menos 613 palestinos e 171
israelenses foram mortos durante
a nova Intifada (levante palestino), iniciada em 28 de setembro
do ano passado, após o colapso
das negociações de paz.
Os principais pontos de discussão eram a devolução dos territórios palestinos ocupados em 1967,
o destino dos refugiados, o futuro
das colônias israelenses na faixa
de Gaza e na Cisjordânia, o status
final de Jerusalém e garantias de
segurança para Israel.
Trégua distante
O premiê Ariel Sharon disse que
Israel estava "em guerra" e pediu
que o "mundo livre" (referência à
coalizão militar liderada pelos
EUA para um ataque ao Afeganistão) declarasse os grupos Hamas,
Jihad Islâmico e Hizbollah "organizações terroristas" -os guerrilheiros do Hizbollah (libanês) voltaram ontem a disparar morteiros
contra postos militares em Shebaa Farms, área ocupada perto da
fronteira com o Líbano.
O chefe de gabinete da ANP,
Hassan Asfour, disse que o Exército de Israel deveria receber a
qualificação de terrorista.
Yasser Abed Rabbo, membro
da administração palestina, disse
que Israel deliberadamente buscava pôr fim à trégua. "Seu objetivo é continuar a ofensiva contra o
povo palestino, pois a coalizão do
mal entre Sharon e a cúpula de
seu Exército tem um só fim, a
guerra. Eles querem evitar qualquer solução política", afirmou.
Os últimos episódios têm minado a trégua que o líder palestino
Iasser Arafat e o chanceler Shimon Peres firmaram no último
dia 26. Um dos pontos básicos
acordados já foi abandonado.
Israel cancelou ontem uma série
de reuniões previstas entre autoridades israelenses e palestinas. O
objetivo desses encontros era a retomada da cooperação na área de
segurança, o primeiro passo para
a consolidação da trégua. "Não
haverá nenhuma reunião até que
Arafat ponha fim ao terrorismo",
disse o ministro da Defesa de Israel, Binyamin Ben Eliezer.
O deputado árabe israelense
Ahmed Tibi disse ainda que Israel
havia cancelado também conversas entre Peres e negociadores palestinos que deveriam ter sido
realizadas ontem.
A derrocada do cessar-fogo, formalmente atingido em parte por
pressões dos Estados Unidos,
abala as iniciativas de Washington por um apoio amplo a uma
ofensiva contra as bases do terrorista saudita Osama bin Laden no
Afeganistão.
Com uma trégua, a Casa Branca
esperava obter o respaldo dos países vizinhos de Israel, que têm
pressionado por um envolvimento maior de George W. Bush no
conflito israelo-palestino.
Em sua iniciativa mais recente
pelo apoio dos países árabes, o
presidente americano disse anteontem que o apoio à criação de
um Estado palestino sempre fora
parte da visão dos Estados Unidos
sobre o Oriente Médio.
Com agências internacionais
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