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IRAQUE
Debate no Conselho de Segurança sobre proposta dos EUA adia reinício dos trabalhos de desarmamento de arsenais de Saddam
Inspetores da ONU vão esperar resolução
DA REDAÇÃO
Os inspetores de armas da ONU
confirmaram ontem que pretendem adiar o início de seus trabalhos de desarmamento do Iraque
até que seja aprovada no Conselho de Segurança (CS) uma nova
resolução sobre o tema.
Após chegar nesta semana a um
acordo com diplomatas iraquianos sobre detalhes práticos para a
retomada das inspeções, a Unmovic (Comissão de Monitoramento, Verificação e Inspeção) planejava enviar a sua primeira equipe
a Bagdá no dia 19 de outubro.
Os EUA, porém, deixaram claro
que tentariam impedir essa viagem enquanto não conseguissem
a aprovação de uma nova resolução que amplia a liberdade de
movimento e de investigação da
Unmovic e da Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA) em solo iraquiano.
Ao relatar ao CS os resultados
das negociações com o Iraque, o
diretor da Unmovic, Hans Blix,
disse que vai esperar novas diretrizes do organismo antes de agir.
"Esperamos que não seja uma
longa demora. Estamos prontos
para ir na primeira oportunidade", afirmou Blix. "Seria estranho
se estivéssemos fazendo as inspeções e chegasse um novo mandato com mudanças nas diretrizes."
O diretor da AIEA, Mohamed El
Baradei, acrescentou: "Precisamos de apoio unânime do CS para fazer uma inspeção efetiva".
"Temos de alinhar as nossas datas
com as deliberações do CS", disse
o chefe do órgão que monitora o
programa nuclear iraquiano.
Os inspetores da ONU não vão
ao Iraque desde 1998, quando foram expulsos pelo ditador Saddam Hussein, que os acusou de
espionar para os EUA.
Sob a ameaça de um ataque
americano, Bagdá decidiu permitir a sua volta ao país para evitar a
guerra. A diplomacia iraquiana se
esforçava para promover o retorno dos inspetores o quanto antes
e, com isso, evitar adoção de uma
resolução mais rigorosa no CS.
O regime de Saddam é contra
uma nova resolução -que, segundo proposto pelos EUA, daria
a ele 30 dias para apresentar uma
declaração completa de seus armamentos, além de abrir os palácios presidenciais às inspeções.
Blix disse ao CS ainda haver algumas questões práticas a serem
definidas com o Iraque -uma
delas é a permissão para as visitas
aos palácios de Saddam, que seguem regras excepcionais estipuladas num acordo entre Bagdá e a
ONU em 1998.
Blix e El Baradei terão hoje um
encontro em Washington com o
secretário de Estado americano,
Colin Powell.
Com agências internacionais
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