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JUSTIÇA
Ocalan cumprirá perpétua
Turquia comuta pena de morte de líder curdo
DA REDAÇÃO
A Justiça da Turquia alterou a
pena do líder curdo Abdullah
Ocalan de sentença de morte para
prisão perpétua. A decisão acontece após o Parlamento do país
abolir em agosto as penas de morte. A medida é necessária para que
os turcos cumpram os pré-requisitos de direitos humanos para ingressar na União Européia.
Ocalan liderou o grupo separatista curdo PKK durante 15 anos
de conflito contra as forças turcas.
Um comando turco o capturou
no começo de 1999 no Quênia e
depois ele foi condenado à morte
sob a acusação de envolvimento
na morte de 30 mil pessoas. Hoje
vive preso na ilha de Imrali.
A decisão da Justiça causou duros protestos na Turquia. Vários
grupos se manifestaram e publicaram anúncios em jornais pedindo que Ocalan, acusado por
eles de "assassino de bebês", fosse
enforcado, conforme era aplicada
a pena de morte no país.
Além de Ocalan, outras 20 pessoas condenadas à morte tiveram
as suas penas alteradas para prisão perpétua. A última pessoa
morta pela Justiça turca foi enforcada em 1984. A pena de morte
era um dos principais obstáculos
para que a Turquia fosse aceita na
União Européia. O país já integra
a Otan (aliança militar ocidental).
Além de abolir a pena de morte,
o Parlamento turco também aumentou os direitos dos curdos,
que compõem uma minoria de 12
milhões de habitantes (de uma
população total de 66,5 milhões).
Agora eles podem ter programas
de TV em língua própria e ensinar
o idioma nas escolas.
O PKK declarou cessar-fogo em
1999, pouco após a prisão de Ocalan. A Turquia não aceitou, e afirma que exige a rendição. Cerca de
37 mil morreram no conflito.
Com agências internacionais
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