DE BUENOS AIRES

O ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999) ficou mais próximo de ser processado por supostamente ter omitido de sua declaração de bens a existência de uma conta com US$ 600 mil no banco suíço UBS.
A OA (agência anticorrupção), um órgão criado pelo ex-presidente Fernando de la Rúa (1999-2001) para fiscalizar funcionários e ex-funcionários públicos, pediu ontem ao juiz federal Norberto Oyarbide que inicie o processo contra Menem.
O juiz terá agora dez dias para decidir se há provas para que o processo seja aberto. Caso seja julgado e condenado, Menem, um dos principais pré-candidatos do Partido Justicialista (peronista) para a eleição presidencial de março, perderia o direito de concorrer a cargos públicos.
O diretor da OA, José Massoni, disse ontem que "há elementos suficientes para processar Menem sobre a base da admissão da conta feita pelo ex-presidente ante meios jornalísticos".
As investigações foram abertas após Menem admitir, em entrevistas às redes de televisão Bloomberg e CNN realizadas há cerca de dois meses, que possui US$ 600 mil depositados na Suíça desde 1986. No final do ano de 2000, Menem declarara à Justiça que não possuía bens no exterior.
O juiz Oyarbide convocou Menem para prestar depoimento sobre seu patrimônio três vezes nas últimas duas semanas. Menem conversou com Oyarbide, mas não concordou em prestar depoimento e questionou a competência do juiz no caso. O juiz afirmou que seria difícil processar Menem antes que a Suíça confirmasse a existência da conta.(JS)


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