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São Paulo, sábado, 04 de outubro de 2003

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VENEZUELA

Governo nega perseguição

TV contrária a Chávez tem cabos cortados

DA REDAÇÃO

A Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela (Conatel), agência do governo que regula a mídia, apreendeu equipamento e cortou os cabos de transmissão, ontem, da Globovisión, a rede de notícias 24 horas do país.
A direção do canal, que permaneceu no ar, acusou o governo de tentar acabar com sua transmissão. O Ministério da Informação negou, dizendo tratar-se de uma inspeção de rotina.
"Não houve nenhuma medida para tirar a Globovisión do ar. Esse é um procedimento legal, pois a Globovisión está operando ilegalmente em algumas frequências", disse o ministro Jesse Chacón. "Podemos tomar medidas como o confisco para cumprir a lei."
Segundo o diretor da Globovisión, Alberto Federico Ravell, funcionários da Conatel chegaram a tentar retirar o equipamento do prédio da rede, mas foram impedidos por manifestantes que protestavam do lado de fora. "Esse é o primeiro passo que eles dão para fechar o canal", disse.
A rede foi apelidada pelo presidente Hugo Chávez de "um dos quatro cavaleiros do Apocalipse" pela cobertura crítica que faz de seu governo e por, segundo ele, apoiar uma tentativa de golpe que o tirou do poder por dois dias em abril do ano passado.
Dezenas de pessoas protestaram em frente à sede da Conatel, em Caracas. Com bandeiras venezuelanas em punho, os manifestantes acusaram o governo de tentar silenciar as críticas enquanto a oposição recolhe assinaturas para pedir um plebiscito pelo afastamento de Chávez.
Segundo o ministro Chacón, a Globovisión poderá ter seu equipamento devolvido em até 90 dias desde que solicite uma autorização para operar nas frequências mencionadas. O ministro da Infra-estrutura, Diosdado Cabello, disse que medidas semelhantes seriam tomadas contra outras estações de rádio e TV que operam em frequências não autorizadas.


Com agências internacionais

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