|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE SOB TUTELA
Americanos dizem que mataram 125 insurgentes, mas há relatos de morte de crianças e mulheres na cidade
EUA afirmam controlar 70% de Samarra
DA REDAÇÃO
O Exército dos EUA e as forças
iraquianas disseram ontem que a
operação em Samarra foi um sucesso e que a cidade, a 100 km de
Bagdá, está sob controle.
A campanha na cidade, localizada no Triângulo Sunita -região
hostil à ocupação americana-, é
o primeiro passo para que as tropas da coalizão liderada pelos
EUA -ao lado do governo iraquiano- tenham o controle sobre todo o território do país até as
eleições de janeiro.
A próxima etapa da ofensiva deve ser Fallujah, que já tem sido alvo de constantes ataques aéreos
americanos nos últimos dias. O
alvo dessas ações são posições de
insurgentes leais ao terrorista jordaniano, Abu Musab al Zarqawi,
segundo autoridades americanas.
Em 36 horas de seguidos ataques a Samarra, 125 insurgentes
foram mortos e 88 capturados, de
acordo com o comando militar
dos EUA. Porém, de 70 corpos levados ao hospital geral de Samarra, 23 eram de crianças e 18 de
mulheres, segundo o porta-voz
do hospital Abdul Nasser Hamed
Yassin. Cerca de 160 feridos estavam sendo tratados.
Organizações de ajuda humanitária informaram que a cidade estava sem luz e sem água. Centenas
de famílias foram obrigadas a deixar as suas casas. Testemunhas
afirmam que cães estavam comendo os corpos das pessoas nas
ruas. Moradores afirmam que os
corpos não são retirados porque
eles estão em ruas onde há o temor de ação de franco atiradores.
Algumas famílias tentaram enterrar os corpos de parentes, mas
não conseguiram porque a estrada que leva ao cemitério estava
bloqueada por forças americanas.
Em alguns casos, os mortos foram
enterrados nos jardins das mesquitas -os muçulmanos têm o
costume de enterrar os seus mortos no mesmo dia da morte.
Como as rotas de saída da cidade estavam fechadas, muitos moradores deixaram Samarra em
barcos, portando bandeiras brancas, ao mesmo tempo que helicópteros dos EUA sobrevoavam a
cidade. As forças americanas
aconselharam os moradores a
não usar carros.
Firdoos al Ubadi, porta-voz da
organização humanitária Crescente Vermelho (o equivalente da
Cruz Vermelha em países muçulmanos), disse que o Ministério
dos Direitos Humanos do Iraque
enviou uma carta descrevendo a
situação em Samarra como uma
"tragédia" e pedindo ajuda emergencial a grupos humanitários.
Apenas alguns mercados da cidade abriram, mas a maioria das
lojas e dos locais de venda de comida permaneceu fechada.
Cerca de 3.000 soldados americanos e 2.000 iraquianos participaram das operações em Samarra
contra os insurgentes. Cerca de
70% da cidade está sob controle.
Em episódios anteriores, as forças americanas já conseguiram
controlar cidades rebeldes, mas
alguns dias depois elas voltaram
para as mãos dos insurgentes.
Em novos ataques aéreos a Fallujah, que pode ser palco de uma
ampla operação similar a de Samarra nos próximos dias, duas
pessoas morreram.
Em Bagdá, foram encontrados
os corpos de duas pessoas aparentemente ocidentais, que não
foram identificadas.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Santa Helena: Vulcão está perto de erupção nos EUA Próximo Texto: Político complica libertação de franceses Índice
|