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Assassino da escola amish pretendia molestar meninas
Lancaster Newspaper/Associated Press
![](../images/e0410200601.jpg) |
Roberts e Marie no anúncio de seu casamento, em 1996 |
Em bilhete à esposa, ele conta ter molestado familiares quando era adolescente e que "sonhava fazer isso de novo"
Crianças mortas chegam a cinco, e quatro ainda estão em estado grave; mulher de atirador afirma que ele
era "ótimo pai e marido"
DA REDAÇÃO
O caminhoneiro que invadiu
uma escola no Estado americano da Pensilvânia, matou cinco
meninas e se suicidou planejava molestar sexualmente as vítimas, segundo a polícia.
Quatro meninas morreram
no dia do ataque, segunda-feira, e a quinta morreu ontem.
Outras quatro estão em estado
crítico e apenas uma, que foi
atingida no ombro, deve se recuperar totalmente. As vítimas
têm entre 6 e 13 anos de idade.
Os crimes aconteceram na
pequena escola Wolf Rock in
Paradise, da comunidade
amish, que reúne 27 alunos de
várias idades em apenas uma
sala de aula para o ensino fundamental. Os amish são protestantes menonitas e cultivam a
simplicidade total, vivendo como na era pré-industrial.
Minutos antes da chegada da
polícia, Charles Carl Roberts
4º, 32, fez um breve telefonema
à sua mulher e disse que não
voltaria para casa.
Ele levou à escola gel lubrificante e cabos de arame para
amarrar as garotas. Também
levou uma muda de roupa limpa e tábuas e pregos, que usou
para bloquear as portas da sala
de aula.
O assassino liberou todos os
meninos, mulheres com bebês
e uma grávida, e pediu que só as
meninas ficassem.
Ele ordenou que as reféns ficassem em fila, olhando para a
lousa, de costas para ele. Amarrou-as com arame e as vendou
com fita adesiva.
Apesar da preparação meticulosa do crime, Roberts ficou
assustado com a chegada da polícia e, poucos segundos depois,
começou a atirar nas reféns na
altura da cabeça.
Pai devoto
Pai de três filhos, o caminhoneiro também dizia que estava
"bravo com Deus" pela morte
prematura de sua filha em
1997, segundo consta em bilhetes suicidas deixados à mulher.
Em um deles, conta que havia molestado duas meninas,
parentes dele, há 20 anos,
quando ainda era adolescente.
E que "sonhava fazer isso de
novo". Ele não tinha antecedentes criminais nem histórico
de problemas mentais.
A esposa do assassino, Marie
Roberts, divulgou nota dizendo
que "o homem que fez isso não
é o Charles com quem fui casada por quase dez anos". Marie
diz que seu marido era um "pai
devoto, que sempre teve tempo
para jogar futebol com os filhos
e que nunca se negou a ajudar a
trocar uma fralda".
Paula Derby, 31, viu Roberts
na manhã dos crimes, quando
ele levou seus filhos maiores ao
ponto de ônibus. Ele estava
com a esposa e carregava o filho
caçula. Quando eles estavam
para embarcar no ônibus, a mulher de Roberts os chamou de
volta. "O papai quer dar um
abraço em vocês, ela falou", segundo o relato de Paula.
Roberts abraçou e beijou os
filhos. "Lembrem-se, papai
ama vocês."
Depois disso, ele se muniu de
três armas, compradas legalmente na região, duas facas e
várias cartelas de munição,
com 600 balas.
Aparentemente ele escolheu
a escola, a 100 quilômetros da
Filadélfia, porque era um "alvo
fácil", segundo a polícia. O vilarejo não tem delegacia, e a escola nem sequer tem telefone, por
conta da rejeição às inovações
tecnológicas por parte da comunidade amish. Quem avisou
a polícia foi uma professora que
conseguiu fugir da escola.
Os amish são descendentes
de alemães e suíços, que migraram para os Estados Unidos para fugir de perseguição na Europa. Obcecados pela simplicidade, eles não têm televisão,
carro nem telefone em casa. O
cenário se completa com homens de chapéu e barbas longas, mulheres de capuz ou lenço, carroças puxadas a cavalo.
Foi o terceiro incidente fatal
em uma escola nos Estados
Unidos em uma semana. O presidente George W. Bush convocou o secretário da Justiça, Alberto Gonzales, e a secretária
da Educação, Margaret Spellings, para uma reunião com
especialistas a fim de determinar como o governo federal pode ajudar as autoridades locais
e estaduais a melhorar a segurança nas escolas.
Com agências internacionais e "The New York
Times"
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