São Paulo, domingo, 04 de outubro de 2009

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UNIÃO EUROPEIA

Por 67,1%, Irlanda aprova em referendo Tratado de Lisboa

SAMY ADGHIRNI
ENVIADO ESPECIAL A ESTOCOLMO

Os eleitores irlandeses aprovaram em referendo o Tratado de Lisboa, abrindo caminho para a adoção do documento que pretende transformar a União Europeia (UE) num bloco mais forte e eficiente. Os resultados, que deram 67,13% ao campo do "sim", surpreenderam analistas que esperavam uma margem mais apertada no pleito realizado na sexta-feira. O "não registrou" 32,%, e a participação foi de ao menos 58%.
A vitória foi conseguida quinze meses após o texto ter sido rejeitado numa primeira consulta popular. A derrota fora atribuída a temores por parte dos irlandeses de que a UE pudesse obrigá-los a permitir abortos, abrir mão de sua neutralidade militar e pagar mais impostos. Agora, muitos votaram a favor após terem garantias de que a UE não interferiria em assuntos considerados parte da identidade cultural irlandesa.
O documento visa facilitar a tomada de decisões com adoção do voto por maioria qualificada (em vez de unanimidade) e cria o cargo de presidente da UE, eleito por cinco anos para chefiar os conselhos europeus e representar o bloco no exterior.
O "sim" também coroou os esforços do governo, que fez campanha para convencer a população de que a crise econômica seria agudizada se o país fosse responsabilizado por enterrar o tratado.
A Irlanda foi o único dos 27 países da UE a submeter o texto a consulta popular. Os demais já o ratificaram em votação parlamentar. Mas o tratado só vigorará quando aprovado pelos chefes do Executivo dos países-membros, o que ainda não ocorreu: o eurocético presidente tcheco, Vaclav Klaus, se recusa a avalizar a decisão do Parlamento.
A UE deixa no ar ameaças de represálias econômicas e políticas caso Klaus não ceda. O polonês Lech Kaczynski prometeu ratificar o texto se passasse na Irlanda.


O jornalista SAMY ADGHIRNI viajou a convite da Comissão Europeia

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