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Planos pós-exposição preveem negócios imobiliários gigantes
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
Os planos do governo de
Xangai para o pós-Expo-2010
obedecem a lógica do negócio
mais lucrativo para as prefeituras chinesas: o de desenvolver
projetos imobiliários gigantes.
Até 1998, não havia propriedade privada de imóveis. Todas
as terras -e residências- pertenciam ao Estado, às empresas estatais ou a cooperativas.
O negócio que explodiu após
1998 fez com que mais da metade dos atuais homens mais ricos da China na lista da Forbes
esteja no mercado imobiliário.
Os moradores têm habitualmente direito de uso por 70
anos em terras e apartamentos
em conjuntos habitacionais.
Com a destruição de velhas
favelas e áreas de cortiços que
estavam no coração de suas
grandes cidades -como a região onde a Expo está sendo erguida-, há a possibilidade da
construção de grandes conjuntos multifuncionais, os que fazem mais sucesso na China.
Vanke e Soho, duas das maiores imobiliárias e construtoras
do país, desenvolvem conjuntos que podem reunir até 20
torres de 30 andares em um
único terreno, onde há mistura
de apartamentos e escritórios,
e restaurantes, lojas e bares nos
andares inferiores e no térreo.
Muitos dos empreendimentos previstos para os dois espaços que serão ocupados pela exposição, separados pelo rio
Huangpu, terão esse perfil.
Mas o sucesso não é garantido. Há milhões de metros quadrados vazios nas maiores cidades chinesas. A construção prefere focalizar no mercado de alto luxo, os mais lucrativos, enquanto faltam prédios residenciais às classes média e baixa.
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