São Paulo, segunda-feira, 04 de novembro de 2002

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ISRAEL

Ex-premiê disputa com o atual a liderança do partido

Netanyahu quer eleição antecipada para aceitar ser chanceler de Sharon

DA REDAÇÃO

O ex-primeiro-ministro israelense Binyamin "Bibi" Netanyahu (1996-1999) afirmou que aceita o cargo de ministro das Relações Exteriores, para o qual foi convidado pelo atual premiê, Ariel Sharon, desde que sejam antecipadas as eleições parlamentares, previstas para outubro do próximo ano.
Sharon respondeu apenas que recebe bem a aceitação de Netanyahu, porém afirmou que ainda está analisando a condição. Os dois políticos disputam a liderança do Likud, partido considerado conservador. Netanyahu, indicado para a Chancelaria, estaria impondo a condição para aceitar o cargo de chanceler, pois, de acordo com analistas, seu objetivo é voltar ao cargo de premiê.
A saída dos trabalhistas, mais moderados, deixou a coalizão de Sharon sem maioria no Knesset (Parlamento de Israel).
Os trabalhistas ocupavam dois ministérios-chave no governo de Sharon: o das Relações Exteriores, com Shimon Peres, e o da Defesa, com Binyamin Ben Eliezer.
Segundo pesquisas, o Likud poderia aumentar o número de cadeiras que possui no Knesset caso as eleições fossem agora.
A decisão dos trabalhistas de sair do governo aconteceu após eles discordarem da destinação de uma verba do Orçamento para assentamentos judaicos, em vez de alocá-la em programas sociais.
Para voltar a ter maioria no Knesset, Sharon está negociando a entrada do partido Yisrael Beiteinu na sua coalizão.
O atual premiê está no poder há cerca de 20 meses, após o trabalhista Ehud Barak deixar o cargo. Ele montou um governo de união nacional para lidar com a Intifada (o levante palestino contra a ocupação israelense), iniciada há mais de dois anos. O Parlamento completa quatro anos de mandato no ano que vem.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP), liderada por Iasser Arafat, se disse preocupada com a saída dos trabalhistas do governo israelense. Peres era tido como uma das principais vias de comunicação entre os dois lados.
"Não dá para imaginar as atrocidades que estão por vir", disse o ministro da ANP Ghassan al-Khatib. Netanyahu já se manifestou favoravelmente à expulsão de Arafat dos territórios palestinos.


Com agências internacionais


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