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VOTO NEGRO
Eleição agita o Harlem
MARCELO DIEGO
de Nova York
A estratégia do presidente Bill
Clinton de tentar atrair o voto
das minorias deu certo no Harlem, o principal bairro negro da
Nova York. De discursos religiosos a panfletagem de rua,
houve uma ofensiva para incentivar os eleitores locais a votar em candidatos democratas.
O clima do bairro era de uma
típica caça de votos, em contraste com a apatia do restante
da cidade. Nos EUA, dia de eleição não é feriado. Somente as
repartições públicas e as escolas não funcionaram ontem.
No Harlem, várias lojas estavam fechadas até as 12h (horário de Nova York) de ontem. As
eleições na cidade começaram
às 6h e estavam previstas para
terminar às 21h (horário local).
Numa rua do bairro, membros de grupos comunitários
distribuíam três panfletos diferentes. Em um, indicava quem
merecia o voto local. Todos os
candidatos eram democratas.
Outro orientava especificamente o voto no candidato a senador Chuck Schumer, que estava tecnicamente empatado
nas pesquisas com o republicano Al D'Amato. No terceiro, o
tom era mais pesado. Dizia que
os republicanos "oprimiam os
direitos dos negros"', enquanto
os democratas "sempre lutaram pelos direitos civis".
Os panfletos foram pagos pela coligação "Vitória 98" e eram
distribuídos por pessoas que se
diziam voluntárias.
Às 9h, a Igreja Batista do Harlem promoveu uma missa com
teor político. Ao lado dos cânticos, o pastor Moses Alham discursou: "É importante que vocês não deixem de votar hoje.
Se vocês não tomarem uma decisão, serão responsáveis por
cada ato de violência que seu irmão ou sua irmã possa sofrer".
O presidente Clinton participou de programas de rádio, TV
e visitou igrejas negras nas últimas semanas de campanha.
Desde 1960, os democratas têm
conquistado uma média de
80% dos votos dos negros, mas
a abstenção costuma ser alta.
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