São Paulo, quarta, 4 de novembro de 1998

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VOTO NEGRO
Eleição agita o Harlem

MARCELO DIEGO
de Nova York

A estratégia do presidente Bill Clinton de tentar atrair o voto das minorias deu certo no Harlem, o principal bairro negro da Nova York. De discursos religiosos a panfletagem de rua, houve uma ofensiva para incentivar os eleitores locais a votar em candidatos democratas.
O clima do bairro era de uma típica caça de votos, em contraste com a apatia do restante da cidade. Nos EUA, dia de eleição não é feriado. Somente as repartições públicas e as escolas não funcionaram ontem.
No Harlem, várias lojas estavam fechadas até as 12h (horário de Nova York) de ontem. As eleições na cidade começaram às 6h e estavam previstas para terminar às 21h (horário local).
Numa rua do bairro, membros de grupos comunitários distribuíam três panfletos diferentes. Em um, indicava quem merecia o voto local. Todos os candidatos eram democratas.
Outro orientava especificamente o voto no candidato a senador Chuck Schumer, que estava tecnicamente empatado nas pesquisas com o republicano Al D'Amato. No terceiro, o tom era mais pesado. Dizia que os republicanos "oprimiam os direitos dos negros"', enquanto os democratas "sempre lutaram pelos direitos civis".
Os panfletos foram pagos pela coligação "Vitória 98" e eram distribuídos por pessoas que se diziam voluntárias.
Às 9h, a Igreja Batista do Harlem promoveu uma missa com teor político. Ao lado dos cânticos, o pastor Moses Alham discursou: "É importante que vocês não deixem de votar hoje. Se vocês não tomarem uma decisão, serão responsáveis por cada ato de violência que seu irmão ou sua irmã possa sofrer".
O presidente Clinton participou de programas de rádio, TV e visitou igrejas negras nas últimas semanas de campanha. Desde 1960, os democratas têm conquistado uma média de 80% dos votos dos negros, mas a abstenção costuma ser alta.



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