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Turistas aproveitam época de paz para conhecer Belfast
do enviado a Belfast
Os moradores de Belfast estão
faturando alto com o "turismo do
terror". O conflito entre católicos
e protestantes, que no passado fazia da cidade um destino arriscado para viajantes, é agora um dos
maiores responsáveis pelo crescimento no número de visitantes.
Segundo dados da prefeitura, o
número de turistas em Belfast deve passar de 500 mil em 99, crescimento de 10% em relação a 1998.
A maioria vem atraída pelo inédito ambiente de paz e pela rica
história política da região.
Três empresas de turismo promovem passeios exclusivamente
pelas áreas dos conflitos.
"Visitamos locais onde bombas
explodiram e ruas onde ocorreram tiroteios. Dou detalhes históricos de forma equilibrada", diz
Robin McCarell, que promove o
passeio duas vezes por dia.
Pontos de visita obrigatórios
são os murais com mensagens
políticas pintados por católicos e
protestantes.
Uma consequência desses passeios foi o surgimento de lojinhas
que vendem lembranças políticas. Em uma rua protestante é
possível comprar chaveirinhos e
camisetas com o emblema de grupos paramilitares, CDs com canções de louvor à realeza britânica
e até livros com piadas ridicularizando os líderes católicos.
"Recebo gente de todo o mundo
e aceito encomendas", disse o dono da loja. Já na área católica, o
item de maior sucesso é uma camiseta com os rostos sobrepostos
do líder do Sinn Fein Gerry
Adams e do guerrilheiro Che
Guevara.
Outro "ponto turístico" é o luxuoso hotel Europa, que foi alvo
de mais de 30 atentados do IRA,
recebendo o título de "hotel mais
bombardeado do mundo".
"Pelo menos dez pessoas por
dia vêm tirar fotos e conhecer o
hotel", afirma Pamela Wilson, diretora de marketing.
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