São Paulo, Sábado, 04 de Dezembro de 1999


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Turistas aproveitam época de paz para conhecer Belfast

do enviado a Belfast


Os moradores de Belfast estão faturando alto com o "turismo do terror". O conflito entre católicos e protestantes, que no passado fazia da cidade um destino arriscado para viajantes, é agora um dos maiores responsáveis pelo crescimento no número de visitantes.
Segundo dados da prefeitura, o número de turistas em Belfast deve passar de 500 mil em 99, crescimento de 10% em relação a 1998.
A maioria vem atraída pelo inédito ambiente de paz e pela rica história política da região.
Três empresas de turismo promovem passeios exclusivamente pelas áreas dos conflitos.
"Visitamos locais onde bombas explodiram e ruas onde ocorreram tiroteios. Dou detalhes históricos de forma equilibrada", diz Robin McCarell, que promove o passeio duas vezes por dia.
Pontos de visita obrigatórios são os murais com mensagens políticas pintados por católicos e protestantes.
Uma consequência desses passeios foi o surgimento de lojinhas que vendem lembranças políticas. Em uma rua protestante é possível comprar chaveirinhos e camisetas com o emblema de grupos paramilitares, CDs com canções de louvor à realeza britânica e até livros com piadas ridicularizando os líderes católicos.
"Recebo gente de todo o mundo e aceito encomendas", disse o dono da loja. Já na área católica, o item de maior sucesso é uma camiseta com os rostos sobrepostos do líder do Sinn Fein Gerry Adams e do guerrilheiro Che Guevara.
Outro "ponto turístico" é o luxuoso hotel Europa, que foi alvo de mais de 30 atentados do IRA, recebendo o título de "hotel mais bombardeado do mundo".
"Pelo menos dez pessoas por dia vêm tirar fotos e conhecer o hotel", afirma Pamela Wilson, diretora de marketing.


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