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Posse na Câmara vira disputa na Argentina
Governistas e opositores travam queda de braço por cargos em comissões; Néstor Kirchner assume vaga
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
A sessão de juramento de
posse dos deputados argentinos eleitos em junho passado,
quando o kirchnerismo saiu
derrotado das urnas, derivou
ontem, em Buenos Aires, no
primeiro impasse entre a maioria opositora recém-eleita e a
bancada governista, sob o comando do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), que
assume cadeira na Câmara.
Pouco antes da hora de início
(17h locais), a sessão foi adiada
indefinidamente. Nos bastidores, ocorria o impasse em torno
dos temas que seriam votados
na sequência do juramento -a
formação das comissões que
dão aval ao trâmite dos projetos, a definição de seus líderes e
da nova diretoria da Câmara.
Deputados oposicionistas
chegaram a celebrar a realização de um acordo pelo qual o
kirchnerismo manteria a presidência das comissões e a oposição, a maioria dos membros.
Pelo trato, os governistas teriam a Presidência da Câmara,
respeitando o regulamento da
Casa, que dá o cargo ao maior
partido. O deputado Ricardo
Alfonsín (Acordo Cívico e Social) seria o vice-presidente. Os
dois cargos estão na linha de
sucessão presidencial, em caso
de vacância.
"Tentaremos substituir a lógica da confrontação pela lógica da negociação", afirmou Alfonsín. Porém, "quando a oposição aceitou o acordo, os governistas voltaram atrás", disse
a deputada opositora Elisa Carrió (Coalizão Cívica). Teria sido
uma decisão de Kirchner.
Usufruindo de sua maioria, a
oposição decidiu ir ao plenário
e alcançou o quorum. As cadeiras da bancada governista permaneciam vazias. Após breve
espera, a oposição decidiu iniciar a sessão. Os governistas,
então, decidiram ir ao recinto e
participar da sessão.
Depois de jurar, os deputados discutiram rispidamente
sobre a votação, que não havia
ocorrido até a conclusão desta
edição. Kirchner jurou "por
Deus, pela Pátria e pelos santos
evangelhos exercer fielmente o
cargo de deputado e trabalhar
sempre de acordo com o que
prescreve a Constituição".
Com a convocação de militantes kirchneristas que lotaram a região do Congresso, o
marido da atual presidente,
Cristina Kirchner, fez de seu
juramento um ato da campanha à sucessão da mulher.
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