São Paulo, segunda-feira, 05 de janeiro de 2004

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QUEDA NO MAR

Motivo foi má condição dos aviões da companhia de vôos charter; França auxilia resgate dos corpos dos 148 mortos

Suíça vetou empresa aérea egípcia em 2002

DA REDAÇÃO

Autoridades suíças revelaram ontem que haviam proibido, em 2002, a companhia aérea de vôos charter egípcia Flash Airlines de operar na Suíça devido às supostas más condições de seus aviões.
Anteontem, um Boeing 737 da empresa caiu no mar Vermelho, matando todos os 148 ocupantes.
"Durante uma inspeção, descobrimos que a companhia aérea era uma ameaça à segurança da aviação. Se uma empresa é proibida [de usar o espaço aéreo], isso significa que os problemas são graves", disse Celestine Perissinotto, porta-voz do Escritório Federal Suíço para a Aviação Civil.
A TV Al Jazira informou que um dos proprietários da empresa aérea disse que os aviões estavam em dia com a manutenção.
O ministro da Aviação do Egito, Ahmed Shafeeq Zaki, declarou que as afirmações "não tinham fundamento": "Se eles têm qualquer prova, precisam entregá-las". Perissinotto disse que o relatório foi enviado na época ao governo egípcio. "Não tivemos qualquer retorno desde então", afirmou a porta-voz suíça.
O ministro dos Transportes francês, Gilles de Robien, disse que o país recebeu um alerta da Suíça em relação aos aviões da Flash Airlines, mas que duas inspeções no terceiro trimestre do ano passado não encontraram problemas.
"Isso significa que os aviões pareciam em perfeita ordem", afirmou Robien. Segundo ele, somente quando a caixa-preta do avião for encontrada será possível determinar as causas do acidente.
A Flash Airlines existe há seis anos e, antes do acidente, tinha dois Boeings-737 produzidos em 1993. Quando a Suíça determinou a proibição, uma das aeronaves foi obrigada a fazer um pouso de emergência em Atenas. Há um ano, aconteceu outro pouso forçado em Genebra. A aeronave havia saído de Roma rumo a Paris.
O avião que caiu no sábado poucos instantes após a decolagem levava 133 turistas franceses da estância turística Sharm el Sheikh de volta a Paris.
O governo francês enviou quatro aviões, uma fragata, um submarino-robô e 50 especialistas, incluindo 16 mergulhadores, para participar das operações de resgate dos corpos e destroços do avião.
Segundo o vice-chanceler francês, Renaud Muselier, tudo indica que o avião caiu devido a alguma falha técnica e a possibilidade de ter havido um ataque terrorista é bastante remota.


Com agências internacionais


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