São Paulo, segunda-feira, 05 de janeiro de 2004

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AMÉRICA LATINA

Trinidad é deportado

Colômbia caça líderes das Farc no exterior

DA REDAÇÃO

O comandante do Exército colombiano, general Martín Orlando Carreño, disse ontem que a perseguição contra lideranças das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) continuará nos países vizinhos, onde, segundo ele, "[outros líderes] se escondem, como Simón Trinidad".
Capturado na noite de sexta-feira no Equador e em seguida deportado para a Colômbia, Trinidad, 53, é o primeiro membro do secretariado da guerrilha terrorista de esquerda (composto por sete guerrilheiros) a ser preso em 40 anos de insurgência das Farc contra o Estado colombiano.
Os dois países apresentaram versões contraditórias sobre a prisão de Trinidad.
A polícia equatoriana afirma que ele foi preso por acaso em uma operação contra imigrantes ilegais em Quito.
Já o Ministério da Defesa da Colômbia diz que ele foi detido após ter sido rastreado pelo serviço de inteligência do país, com o apoio do governo norte-americano.
Ontem, o Exército colombiano divulgou vídeos em que Trinidad aparece andando nas ruas de Quito, dias antes de sua prisão.
O guerrilheiro foi levado para Bogotá anteontem por um avião militar colombiano escoltado por três helicópteros Black Hawk.
"Temos conhecimento de que esses cabeças passam para os países vizinhos com nomes e documentos falsos para fugir das autoridades colombianas, mas os perseguiremos com a colaboração dos países onde esses terroristas se encontram", disse Carreño.
O general, no entanto, não mencionou nenhum país em específico. O Brasil é um dos países limítrofes, com cerca de 1.600 km de fronteira comum. No ano passado, o governo brasileiro anunciou o deslocamento de 3.000 homens para a região. A Colômbia também tem fronteiras com Equador, Venezuela, Peru e Panamá.
Ex-negociador das Farc no fracassado processo de paz do governo de Andrés Pastrana (1998-2002), Trinidad é de uma família tradicional colombiana e estudou na Universidade Harvard (EUA).
O presidente Álvaro Uribe, eleito com um duro discurso contra as Farc, disse após a captura "que o terrorismo nunca será campeão". O governo reforçou a segurança no país.


Com agências internacionais


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