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CÁUCASO
Saakashvili liderou revolta que tirou Shevardnadze
Candidato populista se elege com folga na Geórgia, diz boca-de-urna
DA REDAÇÃO
O populista Mikhail Saakashvili, 36, líder, em novembro passado, de uma onda de protestos que
levou o ex-presidente Eduard
Shevardnadze à renúncia, conquistou com folga ontem a Presidência da Geórgia, segundo pesquisa de boca-de-urna.
Como novo presidente da conturbada ex-república soviética,
Saakashvili tem pela frente difíceis problemas. Ele se elegeu prometendo pôr fim à corrupção,
combater a pobreza e recuperar o
controle de regiões em conflito no
país, que tem 4,5 milhões de habitantes, divididos em várias etnias.
Metade da população vive em miséria absoluta.
A pesquisa de boca-de-urna, organizada pela Fundação Soros,
pelo Consulado Britânico e por
outros grupos internacionais, informou que Sakaashvili conquistara 85,8% dos votos.
"Esta vitória é de vocês. Eu não
ganhei esta eleição. Vocês, meu
povo, a ganharam", disse, após a
divulgação da pesquisa.
"Há muitos problemas a serem
resolvidos, mas reconstruiremos
nosso país juntos e embarcaremos num caminho democrático."
A campanha de Sakaashvili, um
advogado educado nos EUA, começou quando ele liderou dezenas de milhares de pessoas em
protesto contra as fraudes das
eleições parlamentares, no final
do ano passado, forçando Shevardnadze a renunciar.
O presidente eleito era o único
candidato forte entre os seis postulantes. Até mesmo Shevardnadze -que ficou conhecido por sua
atuação como chanceler soviético
para pôr fim à Guerra Fria -
apoiou Sakaashvili.
A eleição, convocada logo após
a renúncia de Shevardnadze, em
novembro, está sendo monitorada pela vizinha Rússia e pelo Ocidente. Há uma disputa para cimentar a influência na Geórgia,
que será uma passagem vital para
um grande oleoduto financiado
pelos EUA. A obra, prevista para
entrar em operação em 2005, levará petróleo extraído na região
do Mar Cáspio para o Ocidente.
Com agências internacionais
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