São Paulo, terça, 5 de janeiro de 1999

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GUERRA CIVIL
Exército angolano diz ter matado 730 homens da Unita
Guerrilha acusa governo por derrubada de aviões em Angola

das agências internacionais

A guerrilha Unita acusou ontem o governo angolano de ser o responsável pela derrubada de dois aviões que estavam a serviço das Nações Unidas.
Segundo o grupo guerrilheiro, ninguém sobreviveu nos dois incidentes. "O governo abateu os aviões. Eles estão procurando uma razão para abalar a reputação internacional da Unita", disse Alcides Sakala, porta-voz de assuntos internacionais da guerrilha.
A Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola) assinou um acordo de paz com o governo em 1994, mas combates voltaram a acontecer no final do ano passado. Segundo o governo, 730 guerrilheiros foram mortos em confrontos ocorridos no mês passado.
A rádio estatal angolana afirmou ontem que um ataque rebelde a Malanje (379 km a leste de Luanda, a capital) deixou pelo menos dez mortos.
O principal foco dos choques é a região central do país, onde os dois aviões foram derrubados, em 26 de dezembro e no último sábado. A primeira aeronave levava 14 pessoas, e a segunda, oito.
O governo acusa a Unita pelos ataques aos aviões e afirma que sobreviventes da primeira aeronave derrubada estão em poder da guerrilha.
Por causa dos incidentes, a ONU suspendeu seus vôos em Angola e determinou a retirada de seu pessoal das zonas de conflito.
A suspensão total das atividades da organização no país não está descartada.
A ONU qualificou ontem de "inaceitável" o fato de os dois lados do conflito não estarem cooperando na localização dos aviões.



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