São Paulo, terça, 5 de janeiro de 1999

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IMPEACHMENT
Presidente mantém data de discurso no Congresso
Processo não altera rotina de Clinton

MARCELO DIEGO
de Nova York

O presidente Bill Clinton não vai adiar seu discurso anual no Congresso, marcado para o dia 19 deste mês, e nem comparecerá para depor no Senado sobre o processo de impeachment. As afirmações foram dadas ontem por um porta-voz da Casa Branca.
Anteontem, senadores democratas (governo) e republicanos (oposição) haviam pedido que Clinton adiasse o discurso, conhecido como "estado da União", enquanto o impeachment não fosse votado.
"Poderia distrair a atenção neste instante", disse o senador republicano Slade Gorton, por exemplo.
A Casa Branca avisou que o processo não iria interferir no trabalho normal do presidente. A apresentação de um relatório anual é uma tradição política nos EUA.
O novo Congresso norte-americano toma posse amanhã, sem saber ainda quais serão as regras do processo de impeachment.
As discussões no Senado devem começar no dia 7 de janeiro (quinta-feira). Por enquanto, há duas correntes principais.
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Voto preliminar
Os líderes dos dois partidos pretendem aprovar o voto preliminar, que decidiria se o Senado vota o processo completo de impeachment ou se já arquiva o caso, discutindo uma censura ao presidente.
A hipótese sofre resistência dentro do Partido Republicano, cujos senadores querem um processo completo (incluindo depoimento de testemunhas), ainda que longo.
A idéia do voto preliminar deve ser colocada em votação até 11 de janeiro.
Os senadores divergem, no entanto, sobre o número de votos para aprová-la. Segundo republicanos, são necessários 67 (2/3) dos 100 votos. Para os democratas, o voto preliminar pode ser colocado em prática com 51 votos.
Segundo a revista "Time", a fórmula tem 40% de aprovação entre os senadores. Um processo de impeachment com tempo e número de testemunhas limitados tem aprovação de 15%.
Bill Clinton está sendo acusado de falso testemunho e obstrução da Justiça durante a investigação de seu envolvimento com a ex-estagiária Monica Lewinsky.
Para ser removido do cargo, são necessários 67 votos no Senado.



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