|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PARAGUAI
Ex-general distribuiu cartas a seus partidários
Oviedo desafia o Itamaraty e faz encontro político em Foz do Iguaçu
ROGERIO WASSERMANN
DA REDAÇÃO
O ex-general paraguaio Lino
Oviedo, exilado no Brasil, pediu
no último domingo, em uma reunião com partidários em Foz do
Iguaçu, votos para seu candidato
à Presidência, Guillermo Sánchez
Guffanti, nas eleições de 27 de
abril. Proibido pelo Itamaraty de
participar de atos políticos no
Brasil, Oviedo nega que a reunião
tivesse caráter político.
Segundo a agência de propaganda contratada para fazer a
campanha de Sánchez Guffanti, a
reunião, num clube de Foz do
Iguaçu, era a festa de aniversário
de 1 ano de uma neta de Oviedo,
com a presença de familiares e
amigos paraguaios e brasileiros.
Após ser acusado, em julho do
ano passado, de ter organizado,
do Brasil, manifestações contra o
governo paraguaio, Oviedo foi
advertido pela Polícia Federal de
que poderia ser expulso do país
caso participasse de reuniões políticas. Oviedo, que teve um pedido de extradição ao Paraguai negado pelo Supremo Tribunal Federal, permanece legalmente no
Brasil com um visto de estudante.
Em uma carta assinada pelo ex-general e distribuída aos presentes na reunião de domingo, ele diz
ter sido impedido "pelo braço pesado da Justiça" de se candidatar e
pede votos a Sánchez Guffanti.
"Queridos amigos: votem em
Guillermo e, assim, poderei voltar
aos braços deste povo que levo
em meu coração", diz a carta.
A estratégia de Oviedo é expressa no slogan presente na carta:
"Guillermo ganha. Lino Presidente". A intenção é que, numa eventual vitória de Sánchez, ele anistie
Oviedo e permita seu retorno ao
Paraguai. Oviedo não pode voltar
ao país por causa de uma condenação pendente à prisão por uma
tentativa de golpe de Estado em
1996. Ele também é acusado de
cumplicidade no assassinato do
então vice-presidente Luis María
Argaña, em 1999.
Em seu site na internet, Oviedo
nega ter tentado um golpe em
1996 e afirma que Argaña não foi
assassinado, mas morreu de causa natural, e que uma cena de assassinato foi montada para ser
usada politicamente.
Consultado pela Folha, o delegado-chefe da PF em Foz do Iguaçu, Joaquim Mesquita, disse não ter recebido nenhuma denúncia
sobre a reunião de domingo. Segundo ele, Oviedo é livre para realizar reuniões privadas, mas pode enfrentar um processo de expulsão "se surgirem notícias de que ele fez uma reunião política".
Texto Anterior: Venezuela: Chavistas atacam prefeitura após ato pró-golpe de 1992 Próximo Texto: Panorâmica - Coréia do Norte: EUA pretendem negociar com Pyongyang, diz vice-secretário de Estado Índice
|