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VENEZUELA
Quatro ficam feridos em ataque à sede do governo de Caracas após comemoração de 11 anos do levante liderado por Chávez
Chavistas atacam prefeitura após ato pró-golpe de 1992
DA REDAÇÃO
Quatro pessoas ficaram feridas
ontem em Caracas quando simpatizantes do presidente Hugo
Chávez dispararam tiros e jogaram pedras na sede da prefeitura
metropolitana. O ataque, que visava o prefeito Alfredo Peña, adversário político de Chávez, aconteceu logo após a realização de
um ato, em uma praça próxima,
em comemoração aos 11 anos da
tentativa de golpe de Estado de fevereiro de 1992, liderada pelo
atual presidente, então coronel
pára-quedista.
Após o final do ato, que teve a
presença do vice-presidente, José
Vicente Rangel, cerca de 20 chavistas atacaram o prédio. Peña
não estava no local. Três policiais
e um civil ficaram feridos, e a
Guarda Nacional disparou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
Em declarações feitas em um
outro ato comemorativo, Chávez
exaltou o golpe liderado por ele e
criticou o que o tirou do poder
por dois dias, em abril.
"São duas situações históricas
totalmente diferentes", disse Chávez. "Os golpistas de 2002 não têm
bandeiras, os rebeldes de 1992 temos bandeiras; os golpistas de
2002 não têm moral, os rebeldes
de 1992 teremos moral para sempre; os golpistas de 2002 são inimigos da pátria, os rebeldes de
1992 somos patriotas que defendemos sempre a soberania, a independência e a liberdade da pátria", afirmou.
Chávez, que ficou dois anos preso pela tentativa de golpe e foi
eleito presidente em 1998, alega
que o governo do então presidente Carlos Andrés Pérez era "ilegítimo" por estar envolvido em corrupção. Andrés Pérez sofreu um
impeachment em 1994.
A oposição também pretendia
realizar uma manifestação ontem
à noite, em protesto contra o golpe de 1992. As manifestações
opostas indicam que o fim parcial
da greve geral iniciada no dia 2 de
dezembro não serviu para reduzir
as divisões e a tensão entre o governo e a oposição.
Os trabalhadores de todos os setores, exceto o petrolífero, voltaram ao trabalho anteontem. Segundo os líderes opositores, o fim
parcial da greve foi um "gesto de
boa vontade" para permitir uma
solução à crise na mesa de diálogo
com o governo.
A oposição havia iniciado a greve para forçar Chávez a permitir
um referendo sobre o seu mandato, renunciar ou convocar eleições antecipadas. Chávez, cujo
mandato vence em 2007, diz que
não renuncia e que só aceita um
referendo a partir de agosto, como prevê a Constituição.
A oposição iniciou no domingo
a coleta de assinaturas para um
abaixo-assinado pedindo a convocação de uma Assembléia
Constituinte ou a aprovação de
uma emenda constitucional para
encurtar o mandato de Chávez. A
oposição diz já ter mais de 4 milhões de assinaturas, mas o governo contesta esses dados.
O encurtamento do mandato de
Chávez havia sido sugerido há
duas semanas pelo ex-presidente
americano Jimmy Carter (1977-1981), que tenta mediar um acordo entre o governo e a oposição.
Mas o governador do Estado
Táchira, Ronald Blanco de la
Cruz, um dos negociadores do
governo na mesa de diálogo, rejeitou ontem a proposta de encurtar
o mandato de Chávez e sugeriu a
realização de um referendo para
revogar seu mandato em agosto.
Com agências internacionais
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