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Blair defende a Guerra do Iraque no Parlamento e é vaiado pelo público
DA REDAÇÃO
Após anunciar um inquérito
para apurar falhas de inteligência
na Guerra do Iraque, o premiê
britânico, Tony Blair, voltou ontem a defender a invasão do país,
apesar de as armas proibidas citadas como a maior razão para a
guerra não terem sido achadas.
Blair foi interrompido pelos gritos de um grupo de manifestantes
na galeria pública da Câmara dos
Comuns, depois retirado do local.
A decisão do premiê de não incluir o motivo político da guerra
no inquérito arrancou críticas da
oposição, que o acusa de usar a inteligência como bode expiatório.
Um artigo publicado ontem pelo jornal britânico "The Independent" assinado por Brian Jones
sugere que nenhum especialista
em inteligência apoiou as acusações de Blair sobre o suposto arsenal proibido iraquiano. Jones era
o principal especialista em armas
de destruição em massa do Ministério da Defesa até janeiro de 2003
-o relatório britânico que citava
a ameaça iraquiana foi divulgado
em setembro de 2002.
O especialista, que depôs no inquérito Hutton, que eximiu o gabinete de Blair da acusação de ter
manipulado o relatório, afirmou
que o dossiê era "enganoso".
"Na minha opinião, os analistas
de inteligência da equipe de Inteligência para a Defesa foram desprezados na preparação do dossiê
de setembro de 2002", escreveu.
Mas Blair disse que havia provas
da "intenção maligna" do ex-ditador Saddam Hussein de desenvolver o arsenal proibido.
"Aceito que [os inspetores] não
tenham achado o que eu e muitos
outros, incluindo o dr. Kay, com
confiança esperávamos -armas
de fato para uso imediato. Mas os
demais devem aceitar que o que
eles acharam... mostra violações
da resolução da ONU", disse
Blair. "Se tudo o que for achado
for o que já temos, seríamos extremamente irresponsáveis em não
agir contra Saddam", declarou.
Maior aliado de Blair na guerra,
o presidente dos EUA, George W.
Bush, o comparou com um de
seus predecessores mais ilustres,
Winston Churchill. "Em sua determinação de fazer o que é melhor, não o que é mais fácil, vejo o
espírito de Churchill no premiê
Tony Blair", disse Bush, em Washington, ao abrir uma exposição
sobre o homem que liderou o Reino Unido na Segunda Guerra.
Com agências internacionais
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