São Paulo, sexta-feira, 05 de março de 2004

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ÁSIA

Na abertura do Congresso Nacional do Povo, premiê anuncia projeto para fortalecer agricultura e aumentar salários

China planeja tirar trabalhadores rurais da pobreza

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, anunciou ontem em Pequim, na abertura da sessão anual do Congresso Nacional do Povo (Parlamento), a intenção de diminuir o grande fosso de desenvolvimento que separa as regiões rurais do país dos centros urbanos mais adiantados. Wen também revelou planos de investimentos para "modernizar" as Forças Armadas chinesas.
O premiê disse que o país deve ter uma expansão da economia de 7% neste ano. Além disso, Wen afirmou que o crescimento econômico chinês, o mais elevado do planeta há vários anos, tem de ser controlado para que não mine a "coesão nacional". Essa preocupação advém do fato de que o país vem apresentando um crescimento da inflação.
A intenção das autoridades é diminuir a defasagem existente entre as regiões mais ricas do país (leste) e as mais pobres (oeste), tirando centenas de milhões de chineses da pobreza. "Devemos adotar políticas mais diretas e eficazes para fortalecer, apoiar e proteger a agricultura e aumentar os salários nas zonas rurais, de acordo com as necessidades para equilibrar os desenvolvimentos urbano e rural", disse Wen.
O primeiro-ministro também anunciou a intenção de modernizar as Forças Armadas, que contam com 1,7 milhão de homens. "Vamos fazer enérgicas reformas militares, dentro das características chinesas, e trabalhar duro para modernizar a defesa nacional, levando as Forças Armadas a um nível mais elevado de desenvolvimento."
Wen afirmou que a China jamais "permitirá que Taiwan se separe da China", mas disse que o país trabalhará intensamente para promover uma "reunificação pacífica" com a "Província rebelde". A nova iniciativa de paz de Wen -sob o princípio de "uma só China"-, de acordo com analistas ocidentais, deverá ser rejeitada pelos líderes políticos da ilha.
Os parlamentares deverão, durante os dez dias da sessão anual do Congresso Nacional do Povo, aprovar a inserção na Constituição chinesa da "teoria das três representações", do ex-presidente Jiang Zemin, que abriu caminho para a entrada de empresários no Partido Comunista. Também deverão aprovar a proteção à propriedade privada "obtida legalmente", algo impensável no passado e já anunciado antes.


Com agências internacionais


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