São Paulo, sábado, 05 de março de 2005

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LESTE EUROPEU

Kravchenko, que era acusado de ligação com a morte de um repórter, teria cometido suicídio

Polêmico ministro é achado morto na Ucrânia

DA REUTERS

Yuri Kravchenko, que fora ministro do Interior da Ucrânia e era acusado de envolvimento no assassinato de um jornalista, aparentemente cometeu suicídio ontem, segundo a polícia local.
O presidente Viktor Yushchenko, que chegou ao poder recentemente após ruidosos protestos populares e a realização de dois segundos turnos da eleição presidencial, acusou a administração de seu predecessor, Leonid Kuchma, de acobertar o assassinato, em 2000, do repórter Georgiy Gongadze, no que se tornou o mais famoso caso de crime na Ucrânia pós-URSS.
Citando fontes ligadas aos serviços de segurança ucranianos, a agência de notícias Interfax afirmou que Kravchenko deixara uma mensagem escrita, afirmando ter-se suicidado por causa "de Kuchma e de seus assessores". O suicídio, segundo a nota, tinha como objetivo proteger sua família.
Kuchma, que estava de férias na República Tcheca, reiterou sua inocência e disse que retornaria à Ucrânia para pôr fim às especulações. O corpo de Kravchenko foi encontrado em sua casa de campo, perto da capital ucraniana, Kiev. A polícia disse que as primeiras investigações corroboravam a tese do suicídio, e um funcionário graduado do Ministério do Interior afirmou que o corpo tinha dois furos de bala.
Kravchenko era ministro do Interior quando Gongadze foi assassinado. Ele devia entregar ontem documentos sobre o caso à Promotoria. "Se ele realmente cometeu suicídio, isso significa que ele estava com medo da responsabilidade por seus atos ligados ao assassinato de Gongadze", afirmou a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Timoshenko.
"Se não houve suicídio, creio que tenha sido uma tentativa de esconder informações sobre o assassinato", acrescentou.
Gongadze, 31, tinha um diário na internet e fazia duras críticas a Kuchma e a empresários.


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