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ÁSIA
Previsão oficial de dispêndio é de US$ 30 bilhões neste ano, mas EUA estimam que chineses gastem muito mais com defesa
China aumenta gasto militar em 12,6%
CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM
A China anunciou ontem aumento de 12,6% em seu orçamento militar para 2005, em mais um
passo para fortalecer o Exército
de Libertação Popular para um
eventual conflito com Taiwan.
Oficialmente, os gastos com defesa neste ano atingirão US$ 30 bilhões (R$ 81 bilhões), embora especialistas e o Pentágono estimem que o dispêndio militar efetivo da China seja bem maior.
Na próxima semana, o Congresso Nacional do Povo aprovará a elevação das despesas militares e a lei que proibirá qualquer
tentativa do governo de Taiwan
de declarar a independência da
ilha, para onde fugiram os nacionalistas que perderam a guerra civil para os comunistas em 1949.
"Nenhum país soberano pode
tolerar o desmembramento de
seu território", afirmou ontem
Jiang Enzhu, porta-voz do congresso, que começa hoje sua reunião anual. "Vamos garantir nossa integridade territorial e soberania a todo custo", acrescentou.
A China divulgou documento
em dezembro afirmando que a
expansão dos gastos nessa área
acompanha a expansão do PIB,
cuja média anual ficou próxima
de 9% no último quarto de século.
O porta-voz do congresso disse
que o gasto chinês é bem inferior
ao de grandes potências mundiais. Mas documento do Pentágono divulgado no ano passado
estimava que os gastos reais dos
chineses com defesa são pelo menos o dobro do oficialmente admitido e podem ter chegado a
US$ 70 bilhões em 2003.
A nova elevação do orçamento
militar ocorre quando a Europa se
prepara para levantar o embargo
de venda de armas para a China
adotado em 1989, após o Exército
chinês reprimir manifestação de
milhares de estudantes na praça
Tiananmen, com um saldo ainda
desconhecido de mortos.
Os EUA, o principal aliado e fornecedor de armas de Taiwan, são
contra o fim do embargo.
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