São Paulo, sábado, 05 de março de 2005

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ÁSIA

Previsão oficial de dispêndio é de US$ 30 bilhões neste ano, mas EUA estimam que chineses gastem muito mais com defesa

China aumenta gasto militar em 12,6%

CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM

A China anunciou ontem aumento de 12,6% em seu orçamento militar para 2005, em mais um passo para fortalecer o Exército de Libertação Popular para um eventual conflito com Taiwan.
Oficialmente, os gastos com defesa neste ano atingirão US$ 30 bilhões (R$ 81 bilhões), embora especialistas e o Pentágono estimem que o dispêndio militar efetivo da China seja bem maior.
Na próxima semana, o Congresso Nacional do Povo aprovará a elevação das despesas militares e a lei que proibirá qualquer tentativa do governo de Taiwan de declarar a independência da ilha, para onde fugiram os nacionalistas que perderam a guerra civil para os comunistas em 1949.
"Nenhum país soberano pode tolerar o desmembramento de seu território", afirmou ontem Jiang Enzhu, porta-voz do congresso, que começa hoje sua reunião anual. "Vamos garantir nossa integridade territorial e soberania a todo custo", acrescentou.
A China divulgou documento em dezembro afirmando que a expansão dos gastos nessa área acompanha a expansão do PIB, cuja média anual ficou próxima de 9% no último quarto de século.
O porta-voz do congresso disse que o gasto chinês é bem inferior ao de grandes potências mundiais. Mas documento do Pentágono divulgado no ano passado estimava que os gastos reais dos chineses com defesa são pelo menos o dobro do oficialmente admitido e podem ter chegado a US$ 70 bilhões em 2003.
A nova elevação do orçamento militar ocorre quando a Europa se prepara para levantar o embargo de venda de armas para a China adotado em 1989, após o Exército chinês reprimir manifestação de milhares de estudantes na praça Tiananmen, com um saldo ainda desconhecido de mortos.
Os EUA, o principal aliado e fornecedor de armas de Taiwan, são contra o fim do embargo.


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