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BATALHA LEGAL
Para analista, mudança constitucional é possível
de Buenos Aires
O analista político Rosendo
Fraga acredita ser possível que
a Suprema Corte declare inconstitucional o artigo que impede a candidatura de Carlos
Menem a um terceiro mandato. A decisão, porém, teria um
"alto custo institucional".
Fraga avaliou as implicações
políticas e jurídicas de uma segunda reeleição de Menem.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista que Fraga
concedeu à Folha.
Folha - A sentença do juiz
Bustos Fierro poderia levar a
uma mudança na Constituição?
Rosendo Fraga - A sentença
do juiz de Córdoba não resolve
nada em relação à Constituição, apenas estabelece que Menem pode ser candidato às prévias do PJ (Partido Justicialista), enquanto a Justiça resolve o
problema principal, que é a restrição constitucional.
Folha - A Suprema Corte pode
modificar a Constituição?
Fraga -A Suprema Corte não
pode mudar a Constituição,
mas pode resolver controvérsias sobre sua interpretação.
Em minha opinião, não estou
de acordo com uma eventual
sentença que permita um terceiro mandato consecutivo de
Menem. Mas, em termos práticos, é possível que a Corte se
pronuncie sobre o tema.
A única instância que restaria
após uma sentença é que se faça
um julgamento político dos
seus membros, substituindo-os por outros -os quais poderiam ditar uma sentença contrária. Mas, para isso, são necessários dois terços do Congresso, o que é muito pouco
provável no curto prazo.
Folha - A nova data para as
prévias do PJ -9 de maio-
muda as relações de força entre Menem e Duhalde?
Fraga - Duhalde havia convocado as prévias da Província de
Buenos Aires para 9 de maio, e
essa é a razão por que Menem
convocou a nacional para a
mesma data. Dessa forma, Menem neutralizou a manobra de
Duhalde, que buscava vencer
em seu distrito para, com essa
vitória, influir depois no resultado final.
Folha - Como ficariam as instituições democráticas argentinas caso a hipótese da "re-reeleição" fosse confirmada?
Fraga -A meu ver, se a Suprema Corte declarasse inconstitucional o artigo que impede
que Menem seja candidato em
1999, haveria um alto custo institucional, mas a viabilidade do
tema depende dos fatos do
contexto político.
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