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São Paulo, sábado, 05 de abril de 2003

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CARRO-BOMBA

TV mostra vídeos de duas terroristas que teriam atacado posto da coalizão no Iraque

Ataque suicida mata três americanos

DA REDAÇÃO

As forças anglo-americanas foram alvo do segundo atentado terrorista suicida desde o início da guerra no Iraque há 17 dias. Um carro explodiu perto de um posto de controle americano no oeste do país, matando três soldados, uma mulher grávida e o motorista do veículo, segundo o Comando Central dos EUA, no Qatar (península Arábica).
Mas, de acordo com a agência estatal iraquiana, duas mulheres teriam cometido um ataque suicida contra as forças americanas a noroeste de Bagdá. Os dois relatos se referiam ao mesmo episódio, embora não estivesse claro se o motorista era homem ou mulher.
A TV árabe Al Jazeera exibiu vídeos de duas mulheres nos quais elas se diziam prontas a se sacrificar em defesa do Iraque. Segundo a Al Jazeera, elas seriam as autoras do atentado.
Em um dos vídeos, uma voluntária, com a bandeira iraquiana como pano de fundo, recita versos do Alcorão (livro sagrado do islamismo) e diz: "Juro a Deus que defenderei o Iraque e me vingarei dos inimigos da nação islâmica, os americanos, os imperialistas, os sionistas e os árabes que se submeteram aos estrangeiros".
"Juro a Deus sacrificar a mim mesmo em jihad contra os infiéis americanos, britânicos e israelenses para defender o querido solo de meu país", afirmou a segunda voluntária, segurando um rifle com uma mão e apoiando a outra sobre o Alcorão. Jihad significa o "esforço" pela causa de Deus que o muçulmano deve fazer para difundir e proteger o islamismo.
As gravações são semelhantes às que costumam ser divulgadas por grupos extremistas palestinos após atentados de homens-bombas contra alvos israelenses.
A TV iraquiana identificou as mulheres: Nosha Majli al Shambari e Widad Gameel al Dileimy. "A operação das mártires causou a destruição de nove blindados inimigos. Esse sacrifício aumentará o orgulho dos heróis. Os inimigos aprenderão lições que nunca esquecerão", disse o apresentador iraquiano. Não há confirmação das perdas de veículos por fontes americanas.
No início da semana, o governo iraquiano disse que 4.000 mártires estariam dispostos a realizar atos suicidas contra as forças dos EUA e do Reino Unido. Além de iraquianos, haveria voluntários de diversos países muçulmanos. Segundo o Iraque, os atentados suicidas serão uma "estratégia militar de rotina.
O atentado aconteceu na noite de quinta-feira perto da represa de Haditha, a cerca de 130 km da fronteira síria. "Uma mulher grávida saiu do carro e começou a gritar", disse nota do Comando Central dos EUA, em Qatar. "Nesse momento, o carro explodiu, matando três membros das forças de coalizão que se aproximavam do veículo e ferindo outros dois."
Segundo o texto, a mulher e o motorista morreram. De acordo com o general americano Vincent Brooks, não era possível saber se a mulher grávida participou voluntariamente do ataque.
"Quanto mais desesperado o regime [iraquiano] fica, mais desesperadas são suas técnicas", disse o porta-voz do Comando Central dos EUA, Jim Wilkinson.
No dia 29, um ataque suicida com um carro-bomba matou quatro soldados norte-americanos em Najaf (região central do Iraque), segundo fontes dos EUA.
O ataque ocorreu em um posto de controle da coalizão anglo-americana. De acordo com agências de notícias, um táxi parou no posto e seu ocupante pediu auxílio. Quando os militares americanos se aproximaram do veículo, ele explodiu.


Com agências internacionais


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