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São Paulo, sábado, 05 de abril de 2003

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ONU envia suprimentos ao norte do Iraque

DA ASSOCIATED PRESS

Enquanto os EUA apertavam o cerco a Bagdá, um número crescente de agências humanitárias internacionais se mobilizava do outro lado da fronteira iraquiana para satisfazer necessidades de água, comida, medicamentos e outras carências dos iraquianos.
Mais de 40 representantes de ONGs e agências da ONU encerraram ontem dois dias de reuniões na Jordânia para traçar planos para alimentar, abrigar e oferecer tratamento médico aos cerca de 2 milhões de iraquianos que deixaram suas casas para fugir da guerra, mas permanecem no país, os "deslocados internos".
Jornalistas que acompanham os soldados da coalizão anglo-americana já afirmaram ter visto iraquianos pedindo comida nas estradas. Alguma ajuda foi distribuída pelos militares, mas agências de auxílio humanitário só conseguiram distribuir poucos suprimentos até agora.
A ONU enviou ontem seu primeiro grande carregamento de comida ao norte iraquiano: um comboio de 23 caminhões carregando 575 toneladas de farinha de trigo do Programa Mundial de Alimentação (PMA) deixou a Turquia em direção a Bagdá.
Apesar de não haver relatos de emergências alimentares na região controlada pelos curdos no norte, os depósitos de comida já estão vazios ou quase, afirmou o porta-voz do PMA, Khaled Mansour, em Amã (Jordânia).
Ao sul do Iraque, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) enviou um comboio de dez caminhões de água à periferia de Basra, algo de que a população necessita desesperadamente.
Devido às sanções econômicas impostas pela ONU, Bagdá desde 1996 exportava petróleo em troca de comida e remédios, sob a supervisão do organismo. A comida era distribuída por 43 mil agentes autorizados a quase todos os iraquianos. A ONU estima que 60% da população dependesse totalmente dessas "cestas básicas".
Em pelo menos uma cidade capturada, Umm Qasr, no sul do Iraque, muitos desses agentes "desapareceram", afirmam funcionários da ONU, aparentemente porque eram ligados ao partido Baath, de Saddam Hussein.
A ONU teme que o mesmo ocorra no resto do país. "Essencialmente, o país inteiro estava sob um Estado de Bem-Estar Social da ONU, que foi desligado", disse Chris Petch, da Organização Internacional para a Migração.


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