|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ONU envia suprimentos ao norte do Iraque
DA ASSOCIATED PRESS
Enquanto os EUA apertavam o
cerco a Bagdá, um número crescente de agências humanitárias
internacionais se mobilizava do
outro lado da fronteira iraquiana
para satisfazer necessidades de
água, comida, medicamentos e
outras carências dos iraquianos.
Mais de 40 representantes de
ONGs e agências da ONU encerraram ontem dois dias de reuniões na Jordânia para traçar planos para alimentar, abrigar e oferecer tratamento médico aos cerca de 2 milhões de iraquianos que
deixaram suas casas para fugir da
guerra, mas permanecem no país,
os "deslocados internos".
Jornalistas que acompanham os
soldados da coalizão anglo-americana já afirmaram ter visto iraquianos pedindo comida nas estradas. Alguma ajuda foi distribuída pelos militares, mas agências de auxílio humanitário só
conseguiram distribuir poucos
suprimentos até agora.
A ONU enviou ontem seu primeiro grande carregamento de
comida ao norte iraquiano: um
comboio de 23 caminhões carregando 575 toneladas de farinha de
trigo do Programa Mundial de
Alimentação (PMA) deixou a
Turquia em direção a Bagdá.
Apesar de não haver relatos de
emergências alimentares na região controlada pelos curdos no
norte, os depósitos de comida já
estão vazios ou quase, afirmou o
porta-voz do PMA, Khaled Mansour, em Amã (Jordânia).
Ao sul do Iraque, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) enviou um comboio de
dez caminhões de água à periferia
de Basra, algo de que a população
necessita desesperadamente.
Devido às sanções econômicas
impostas pela ONU, Bagdá desde
1996 exportava petróleo em troca
de comida e remédios, sob a supervisão do organismo. A comida
era distribuída por 43 mil agentes
autorizados a quase todos os iraquianos. A ONU estima que 60%
da população dependesse totalmente dessas "cestas básicas".
Em pelo menos uma cidade
capturada, Umm Qasr, no sul do
Iraque, muitos desses agentes
"desapareceram", afirmam funcionários da ONU, aparentemente porque eram ligados ao partido
Baath, de Saddam Hussein.
A ONU teme que o mesmo
ocorra no resto do país. "Essencialmente, o país inteiro estava
sob um Estado de Bem-Estar Social da ONU, que foi desligado",
disse Chris Petch, da Organização
Internacional para a Migração.
Texto Anterior: Kuait abriga governo pós-Saddam Próximo Texto: Para 91% nos EUA, guerra "vai bem" Índice
|