São Paulo, terça-feira, 05 de abril de 2011

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Cantor popular vence disputa para presidente no Haiti

Martelly foi eleito com 67,5% dos votos, afirmou a comissão eleitoral; resultado será oficializado no dia 16

Será a primeira vez em 206 anos que o país terá uma transição democrática com alternância no poder

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

As autoridades eleitorais do Haiti afirmaram ontem que o cantor popular Michel Martelly foi eleito o novo presidente do país, com 67,5% dos votos.
O cantor oposicionista derrotou a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, que ficou com 31,74%.
De acordo com a legislação local, os resultados ainda poderão ser contestados nos próximos dias. Apenas em 16 de abril os números finais serão proclamados.
É provável que isso aconteça, pois Manigat denunciou ontem que a cúpula do CEP (Conselho Eleitoral Provisório) do país teria atuado para favorecer Martelly.
A posse do novo mandatário deve acontecer antes de 14 de maio, quando acaba o mandato do atual presidente do país, René Préval.
Se tudo correr bem, será a primeira vez em 206 anos que o Haiti terá uma transição democrática -de presidente eleito nas urnas para presidente eleito- com alternância de grupo de poder.
Segundo o próprio conselho eleitoral, foram encontrados vestígios de fraude em cerca de 15% das atas eleitorais computadas no segundo turno, em 20 de março.
Ainda assim, a avaliação do CEP e de organismos de observação como a missão da OEA (Organização dos Estados Americanos) e da Caricom (Comunidade do Caribe) era a de que a votação foi menos caótica e vulnerável a fraudes que o primeiro turno, em novembro.
A eleição do novo presidente, num país que apenas começa a reconstrução após o terremoto de 2010, foi chancelada pela forças da ONU, no Haiti desde 2004. O Brasil comanda militarmente a missão. Além do presidente, o Haiti escolheu 1/3 do Senado e renovou a sua Câmara dos Deputados.
O novo presidente também terá de lidar com um fato novo no cenário político. A volta ao país do ex-presidente Jean Bertrand Aristide.
O político esquerdista, eleito e deposto duas vezes, retornou ao Haiti no dia 18 após sete anos de exílio na África do Sul. Aristide optou, porém, por ser discreto. Limitou-se a reclamar da exclusão formal do seu Família Lavalas da disputa.


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