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ORIENTE MÉDIO
Secretário de Estado americano diz que Damasco tem de perceber que o cenário político na região mudou
EUA vigiarão ações da Síria, afirma Powell
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado dos
EUA, Colin Powell, afirmou ontem que o governo americano observará atentamente o posicionamento político da Síria, na expectativa de que o país coopere com o
que, na visão da Casa Branca, representa a mudança geopolítica
em curso no Oriente Médio.
"Está muito claro que há uma
nova situação estratégica na região, e a Síria tem de perceber que
as coisas mudaram", declarou o
secretário de Estado. A Casa
Branca espera que o governo do
presidente Bashar al Assad colabore com o plano de paz para o
conflito israelo-palestino lançado
na semana passada por EUA,
ONU, União Européia e Rússia.
Segundo Powell, os EUA estarão mais atentos às ações de Al
Assad do que ao seu discurso. "O
que ele diz ou me disse não importa. O que importa é o que ele
faz. Observaremos sua performance nos próximos dias, semanas e meses", declarou o secretário no "Meet the Press", programa dominical da rede de TV americana NBC.
Ao retornar de sua viagem à Síria, Powell afirmou que o presidente Bashar al Assad já deu sinais de cooperação, ao iniciar o
combate a grupos islâmicos radicais que atuam no país. Esses grupos negam que estejam sofrendo
pressão (leia texto à direita).
Mas a Casa Branca também
quer apoio sírio na busca a ex-integrantes do governo iraquiano
de Saddam Hussein e no combate
à venda, ao trânsito e ao desenvolvimento de armas de destruição
em massa na região.
Em resposta às afirmações de
Powell, o governo sírio disse, em
pronunciamento na rádio estatal,
que "os árabes já fizeram pela paz
tudo o que lhes foi pedido" e que
"é hora de os EUA pressionarem
Israel para deixar as terras ocupadas desde 1967".
"A paz, como o sr. Powell sabe,
não poderá ser obtida se Israel
não atender às resoluções internacionais", afirmou Damasco,
acusando Israel de "insistir em
sua política para conquistar tudo
sem dar nenhum sinal de que deseja a paz".
Em seu pronunciamento, o governo sírio indicou que a Casa
Branca poderia atuar para forçar
uma mudança na política do premiê israelense Ariel Sharon. "Os
EUA são capazes de repelir o
agressor e de colocar no caminho
certo os esforços internacionais."
O discurso sírio de ontem, incitando os EUA a pressionar Israel,
condiz com a proposta de Damasco para aprovar na ONU uma resolução que determine o banimento das armas de destruição
em massa de todos os países do
Oriente Médio, incluindo Israel.
Tal proposta, patrocinada por
países árabes, foi novamente rejeitada pelos EUA durante o encontro entre Powell e Al Assad no
sábado em Damasco.
O secretário de Estado afirmou
que retirar essas armas da região é
um objetivo dos EUA, mas agora
não é o momento de abordar a
questão. Disse também que seu
país pressionará "o lado israelense a fazer todo o possível" para levar a paz ao Oriente Médio.
Irã
Powell também fez uma advertência ao Irã, dizendo que Teerã
não pode esperar um relacionamento melhor com Washington
"enquanto continuar a apoiar o
terrorismo e a desenvolver um
programa nuclear".
Com agências internacionais
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