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AFEGANISTÃO
Batalhas duraram cerca de nove horas; Rússia aprova envio de tropas de manutenção da paz da Otan ao país
Combates entre soldados e Taleban deixam 47 mortos
DA REDAÇÃO
Pelo menos 47 pessoas morreram ontem, durante batalhas entre soldados do governo afegão e militantes do Taleban, após o
Exército sitiar três cidades do sul
do país. A informação é do governo do Afeganistão.
O combate teve início ontem de
manhã em Nimakai e rapidamente se espalhou para duas cidades
vizinhas, Populzai e Hassanzai.
Segundo o governo, morreram 40
militantes do Taleban e sete soldados do Exército afegão.
"Nós estávamos tentando achar
esses militantes do Taleban e obtivemos a informação de que eles
estavam se escondendo nesses
povoados", disse Fazzaludin
Agha, chefe do distrito onde ocorreu o conflito.
Segundo ele, nos últimos dias as
tropas do governo sofreram diversos ataques do Taleban, grupo
extremista deposto do poder em
2001, após a invasão de tropas lideradas pelos Estados Unidos.
Agha informou que 50 soldados
afegãos foram enviados inicialmente a Nimakai. Depois do início da batalha, mais 50 homens foram deslocados para o local.
Cerca de 20 combatentes do Taleban foram mortos em Populzai,
onde o tiroteio foi mais intenso. A
batalha durou nove horas. Segundo Agha, não se sabe quem estava
comandando os militantes do Taleban ou se há algum líder importante entre os mortos.
"Não sabemos ainda quem era o comandante porque todos foram mortos e não sobrou ninguém", disse Agha.
O sul do Afeganistão tem sido palco de diversos episódios violentos. Remanescentes do Taleban, militantes da rede terrorista
Al Qaeda, liderada pelo saudita
Osama Bin Laden, e guerrilheiros
leais ao líder rebelde Gulbuddin
Hekmatyar têm sido responsabilizados pelos ataques, que atingem até mesmo Candahar, a principal cidade da região.
Em janeiro, 18 pessoas morreram perto de Candahar, quando
um ônibus civil saiu da estrada
perto de uma ponte e passou por
uma mina antitanques.
Rússia
A Rússia declarou ontem apoio
ao envio de uma missão de manutenção da paz pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar liderada pelos EUA) ao Afeganistão, mas
descartou o envio de soldados
russos. Moscou teve uma experiência desastrosa no Afeganistão
nos anos 80, quanto tentou ocupar o país.
"Alguns anos atrás, teria sido
inconcebível que a presença da
Otan no Afeganistão fosse bem
recebida pelo governo russo", disse o secretário-geral da Otan,
George Robertson, em alusão ao
período da Guerra Fria.
O presidente do Afeganistão,
Hamid Karzai, chegou a Londres
ontem para uma visita de três dias
ao Reino Unido, onde se encontrará com o premiê britânico,
Tony Blair, e com a rainha Elizabeth 2ª. A comitiva afegã quer garantir mais ajuda para a reconstrução do país, que tenta se reerguer após mais de duas décadas de conflitos.
Com agências internacionais
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