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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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AFEGANISTÃO

Batalhas duraram cerca de nove horas; Rússia aprova envio de tropas de manutenção da paz da Otan ao país

Combates entre soldados e Taleban deixam 47 mortos

DA REDAÇÃO

Pelo menos 47 pessoas morreram ontem, durante batalhas entre soldados do governo afegão e militantes do Taleban, após o Exército sitiar três cidades do sul do país. A informação é do governo do Afeganistão.
O combate teve início ontem de manhã em Nimakai e rapidamente se espalhou para duas cidades vizinhas, Populzai e Hassanzai. Segundo o governo, morreram 40 militantes do Taleban e sete soldados do Exército afegão.
"Nós estávamos tentando achar esses militantes do Taleban e obtivemos a informação de que eles estavam se escondendo nesses povoados", disse Fazzaludin Agha, chefe do distrito onde ocorreu o conflito.
Segundo ele, nos últimos dias as tropas do governo sofreram diversos ataques do Taleban, grupo extremista deposto do poder em 2001, após a invasão de tropas lideradas pelos Estados Unidos.
Agha informou que 50 soldados afegãos foram enviados inicialmente a Nimakai. Depois do início da batalha, mais 50 homens foram deslocados para o local.
Cerca de 20 combatentes do Taleban foram mortos em Populzai, onde o tiroteio foi mais intenso. A batalha durou nove horas. Segundo Agha, não se sabe quem estava comandando os militantes do Taleban ou se há algum líder importante entre os mortos.
"Não sabemos ainda quem era o comandante porque todos foram mortos e não sobrou ninguém", disse Agha.
O sul do Afeganistão tem sido palco de diversos episódios violentos. Remanescentes do Taleban, militantes da rede terrorista Al Qaeda, liderada pelo saudita Osama Bin Laden, e guerrilheiros leais ao líder rebelde Gulbuddin Hekmatyar têm sido responsabilizados pelos ataques, que atingem até mesmo Candahar, a principal cidade da região.
Em janeiro, 18 pessoas morreram perto de Candahar, quando um ônibus civil saiu da estrada perto de uma ponte e passou por uma mina antitanques.

Rússia
A Rússia declarou ontem apoio ao envio de uma missão de manutenção da paz pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar liderada pelos EUA) ao Afeganistão, mas descartou o envio de soldados russos. Moscou teve uma experiência desastrosa no Afeganistão nos anos 80, quanto tentou ocupar o país.
"Alguns anos atrás, teria sido inconcebível que a presença da Otan no Afeganistão fosse bem recebida pelo governo russo", disse o secretário-geral da Otan, George Robertson, em alusão ao período da Guerra Fria.
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, chegou a Londres ontem para uma visita de três dias ao Reino Unido, onde se encontrará com o premiê britânico, Tony Blair, e com a rainha Elizabeth 2ª. A comitiva afegã quer garantir mais ajuda para a reconstrução do país, que tenta se reerguer após mais de duas décadas de conflitos.


Com agências internacionais


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