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IRAQUE
Para governista, imprensa deveria acreditar em Blair, não em fontes "desonestas"
Londres critica mídia sobre armas
DA REDAÇÃO
Em um contra-ataque aos que
duvidam da veracidade das acusações anglo-americanas sobre o
Iraque, o líder na Câmara dos Comuns, John Reid, culpou ontem
"elementos desonestos" dentro
dos serviços de inteligência britânicos pela onda de ataques ao premiê Tony Blair e à sua decisão de
invadir o país junto com os EUA.
"Têm sido passadas informações não confirmadas [à imprensa] por um elemento desonesto -ou vários- nos serviços secretos. É difícil entender por que isso,
e não a palavra do premiê e do
presidente da comissão conjunta
de inteligência, deve ser levado a
sério", declarou Reid.
Mais tarde, em discurso ao Parlamento, Blair corroborou as acusações ao dizer que "alguém do serviço secreto" tem informado à
mídia sobre as alegações de que o
governo exagerou sobre a ameaça
representada pelo Iraque para
conseguir apoio à guerra.
Sob pressão nos últimos dias, o
premiê voltou a negar que seu gabinete tenha adulterado informações sobre as supostas armas de
destruição em massa iraquianas
ou ordenado aos serviços secretos
que o fizessem.
Blair anunciou a abertura de um
inquérito parlamentar sobre o caso a ser conduzido por uma comissão de inteligência e segurança multipartidária, que, segundo
ele, deve provar que as acusações
de distorção dos documentos são
"completamente falsas".
Na terça-feira, a comissão de assuntos externos do Parlamento já
havia anunciado um inquérito.
Ontem, o jornal "The Guardian" afirmou que o subsecretário americano da Defesa Paul Wolfowitz admitiu que "o motivo
da guerra no Iraque foi o petróleo". Sem dar detalhes, o "Guardian" cita o jornal alemão "Die Welt" como fonte da informação.
A declaração foi feita no sábado
num congresso sobre defesa em
Cingapura.
Segundo agências de notícias,
Wolfowitz se referia à falta de necessidade de uma ação militar
contra a Coréia do Norte, acusada
pelos EUA de produzir armas nucleares, já que ela seria mais suscetível a pressões econômicas do
que o Iraque -que conta com a
renda do petróleo.
"A principal diferença entre a
Coréia do Norte e o Iraque é que
não tínhamos virtualmente opções econômicas [de pressão],
pois o país flutua sobre um mar
de petróleo", disse Wolfowitz,
que na semana passada chamara
a questão das armas de "motivo
burocrático" para a guerra.
Nos EUA, o Pentágono lançou
ontem campanha para combater
as acusações sobre a idoneidade
das informações sobre o Iraque.
Segundo o subsecretário da Defesa para Política, Douglas Feith, o
objetivo é "ajudar a sepultar algumas histórias mentirosas que andam circulando sobre o Departamento da Defesa e que têm ganhado o status de lendas urbanas".
Com agências internacionais
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