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Ocupação não pode ser aceita, diz premiê na TV
DA REDAÇÃO
O recém-nomeado premiê iraquiano, Iyad Allawi, usou ontem
seu primeiro discurso televisionado para exortar o país a "se unir
contra a ameaça terrorista" e afirmar que a presença das tropas estrangeiras é importante, embora a
ocupação "não possa ser aceita".
"Derrotar o terrorismo é dever
de todos os iraquianos. Eu lhes
peço que se levantem contra os
assassinos criminosos e cooperem com as instituições do Estado
para destruir esse mal", disse
Allawi, que assume dia 30 e deve
dirigir o país até a posse de um governo eleito, esperada para janeiro de 2006.
"Nós, iraquianos, não poderemos nunca aceitar a ocupação",
afirmou, salientando, em seguida,
que a saída das forças americanas
hoje seria "um grande desastre".
A violência é o maior problema
do Iraque hoje, sendo o principal
foco de tensão atual a região de
Najaf, cidade no sul do país considerada sagrada pelos xiitas, onde
opera a milícia do clérigo radical
xiita Moqtada al Sadr.
Após negociar com o clérigo, o
comando americano concordou
em recolher suas forças para as
bases nas cercanias da cidade e
permitir que a polícia iraquiana
assuma a segurança, na expectativa de reduzir as tensões.
Em seu sermão semanal em Kufa, Al Sadr criticou a escolha de
Allawi, nomeado pelo extinto
Conselho de Governo Iraquiano
com a anuência dos EUA e da
ONU. "Os EUA tomaram para si a
nomeação do premiê e do presidente sob cobertura da ONU. Fizeram isso com impertinência. O
governo deve ser eleito, e eu nunca aceitarei nada diferente disso."
Soldados mortos
O número de militares americanos mortos em ataques e combates no Iraque superou 600 ontem,
quando cinco soldados morreram e cinco foram feridos por insurgentes a leste de Bagdá.
Segundo testemunhas, os agressores dispararam granadas-foguetes contra o veículo em que os
militares estavam, destruindo-o
totalmente. Desde o início do
conflito, em março de 2003, 601
soldados americanos e 64 de outros países da coalizão morreram
em ações hostis, enquanto 262
(217 dos EUA e 45 dos demais países) morreram em acidentes.
O número de baixas nas fileiras
dos EUA declinou sensivelmente
nas últimas semanas, mas autoridades americanas acreditam que,
com a aproximação do dia 30, a
violência recrudesça.
Também ontem, o comando
americano anunciou a prisão de
um "aliado próximo" do terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi, suspeito de planejar uma série de atentados com carros-bomba no Iraque e de pertencer à rede
terrorista Al Qaeda.
Umar Baziyani foi capturado no
último dia 30 pela polícia iraquiana e está sendo interrogado.
Com agências internacionais
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