|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Decisão de Mahmoud Abbas aumenta tensão com o grupo Hamas, que recentemente obteve expressiva votação
Líder palestino adia eleição parlamentar
Ibraheem Abu Musataf/Reuters
|
Militante palestino reivindica trabalho para policiais; atiradores bloquearam via na fronteira com Egito e detiveram um diplomata |
DA REDAÇÃO
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, adiou ontem as eleições parlamentares marcadas para 17 de julho. A medida, anunciada em Ramallah, visa, segundo
analistas, dar tempo ao Fatah
(partido do governo) se fortalecer
e aumenta as tensões com o Hamas, facção islâmica terrorista,
que participará das eleições para o
Parlamento pela primeira vez
desde a criação da Autoridade Palestina, em 1993.
O grupo islâmico, que obteve
resultados expressivos nas eleições locais no começo de maio e
acredita poder repeti-los na próxima votação, condenou o adiamento e o considerou uma violação do acordo de cessar-fogo.
"O adiamento foi necessário para nos permitir finalizar as medidas legais e consultas entre as facções", disse Abbas.
Nas últimas semanas, o líder palestino dera sinais de que o adiamento poderia ocorrer. Uma nova data não foi determinada e dependerá, segundo ele, de discussões com deputados palestinos e
facções rivais, como o Hamas.
"A decisão foi tomada unilateralmente, sem nenhuma consulta
a facções palestinas, e chega como
reposta às condições e atmosfera
do Fatah e não por uma motivação nacional", disse o porta-voz
do Hamas, Sami Abu Zuhri.
Oficialmente, a Autoridade Palestina alega que a razão para o
adiamento é técnica. A visão de
Abbas sobre o processo de votação difere da de outros membros
do Fatah, pois Abbas quer que os
candidatos sejam escolhidos em
listas nacionais. Alguns membros
do partido, no entanto, acreditam
que suas chances de reeleição seriam melhores em disputas locais.
Por outro lado, o Hamas, que se
opõe à paz com Israel, foi vitorioso em eleições locais recentes em
grandes cidades palestinas, e as
chances de se sair bem numa votação legislativas são boas.
A aparente transparência da
gestão do Hamas, que dirige centros sociais na faixa de Gaza,
transmitiu confiança a muitos palestinos, que vêem a Autoridade
Palestina como corrupta e ineficaz.
Apesar do adiamento, o Hamas
não anunciou o fim do cessar-fogo e decidiu respeitar o acordo
feito com outros grupos armados
palestinos, quando das negociações entre Abbas e o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, em
fevereiro, em reunião no Egito.
Incidente
Ontem atiradores palestinos detiveram um diplomata também
palestino que tentava cruzar a
fronteira com o Egito. Filiados do
Fatah, disseram estar protestando
contra as restrições de idade que
os impede de ser contratados como policiais. Os palestinos planejam chamar 5.000 policiais entre
18 e 22 anos para a faixa de Gaza.
A contratação é parte do esforço
de Abbas para o plano de retirada
das tropas israelenses em agosto.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Rumsfeld critica gasto militar da China Próximo Texto: América do Sul: Socialista surge como favorita à Presidência do Chile Índice
|