São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

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Parlamento tenta conter crise em Timor

Violência arrefece, mas não cessa, nas ruas de Dili; Austrália defende intervenção de coalizão sob a ONU

DA REDAÇÃO

O Parlamento de Timor Leste irá se reunir nesta semana para discutir a onda de violência que assola o país e "tomar algumas decisões", anunciou ontem o primeiro-ministro, Mari Alkatiri. É uma tentativa de o governo conter a crise detonada por uma rebelião dentro do Exército que evoluiu para um conflito de gangues nas ruas da capital, Dili.
Ainda ontem gangues queimavam casas e atiravam pedras em algumas partes da capital, apesar da presença de forças de paz estrangeiras.
Alkatiri acredita que alguns deputados tenham deixado a capital por medo e acredita que eles possam não comparecer à sessão plenária.
A violência em Timor Leste arrefeceu um pouco desde a chegada das tropas internacionais, sobretudo de australianos, há mais de uma semana, com o objetivo de restaurar a ordem. Mas não cessou.
Ontem o ministro da Defesa da Austrália, Brendan Nelson, afirmou ser de interesse dos países da região assegurar que Timor Leste não se torne um "Estado falido", refúgio para terroristas e criminosos.
Mais de 2.000 soldados estrangeiros vindos da Austrália, Nova Zelândia e Portugal estão em Timor Leste. A chegada das tropas de paz ocorreu após semanas de caos instalado. Incêndios, saques e lutas de gangues deixaram pelo menos 30 mortos no mês passado. A violência diminuiu, mas a capital permanece sem segurança.
"É do interesse de todos nós ver que não temos Estados falidos em nossa região", disse Nelson durante fórum em Cingapura sobre segurança e defesa. Segundo ele, uma ampla coalizão pode ser montada para atender o governo, se Timor Leste solicitá-la. "É importante que a reconciliação política, jurídica e administrativa e a reconstrução de Timor Leste sejam lideradas essencialmente pelas Nações Unidas e apoiadas pelo governo timorense", disse.
No sábado, a Austrália exortou a ONU a desempenhar um papel maior para solucionar a crise na qual Timor Leste mergulhou. Alexander Downer, ministro das Relações Exteriores da Austrália, afirmou que a "presença policial internacional " poderia ser necessária e deveria ser operada sob os auspícios da ONU.


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