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Parlamento tenta conter crise em Timor
Violência arrefece, mas não cessa, nas ruas de Dili; Austrália defende intervenção de coalizão sob a ONU
DA REDAÇÃO
O Parlamento de Timor Leste irá se reunir nesta semana
para discutir a onda de violência que assola o país e "tomar
algumas decisões", anunciou
ontem o primeiro-ministro,
Mari Alkatiri. É uma tentativa
de o governo conter a crise detonada por uma rebelião dentro do Exército que evoluiu para um conflito de gangues nas
ruas da capital, Dili.
Ainda ontem gangues queimavam casas e atiravam pedras
em algumas partes da capital,
apesar da presença de forças de
paz estrangeiras.
Alkatiri acredita que alguns
deputados tenham deixado a
capital por medo e acredita que
eles possam não comparecer à
sessão plenária.
A violência em Timor Leste
arrefeceu um pouco desde a
chegada das tropas internacionais, sobretudo de australianos, há mais de uma semana,
com o objetivo de restaurar a
ordem. Mas não cessou.
Ontem o ministro da Defesa
da Austrália, Brendan Nelson,
afirmou ser de interesse dos
países da região assegurar que
Timor Leste não se torne um
"Estado falido", refúgio para
terroristas e criminosos.
Mais de 2.000 soldados estrangeiros vindos da Austrália,
Nova Zelândia e Portugal estão
em Timor Leste. A chegada das
tropas de paz ocorreu após semanas de caos instalado. Incêndios, saques e lutas de gangues deixaram pelo menos 30
mortos no mês passado. A violência diminuiu, mas a capital
permanece sem segurança.
"É do interesse de todos nós
ver que não temos Estados falidos em nossa região", disse
Nelson durante fórum em Cingapura sobre segurança e defesa. Segundo ele, uma ampla
coalizão pode ser montada para
atender o governo, se Timor
Leste solicitá-la. "É importante
que a reconciliação política, jurídica e administrativa e a reconstrução de Timor Leste sejam lideradas essencialmente
pelas Nações Unidas e apoiadas
pelo governo timorense", disse.
No sábado, a Austrália exortou a ONU a desempenhar um
papel maior para solucionar a
crise na qual Timor Leste mergulhou. Alexander Downer, ministro das Relações Exteriores
da Austrália, afirmou que a
"presença policial internacional " poderia ser necessária e
deveria ser operada sob os auspícios da ONU.
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