São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006 |
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"Somos quem tem mais força para colocar pressão no governo", diz líder de protestos DA ENVIADA A SANTIAGO
A mais jovem entre os porta-vozes dos estudantes chilenos,
María Jesús Sanhueza, 16, é
também a mais articulada e polêmica. Enquanto outros líderes estudavam terminar a ocupação dos colégios por terem
sido atendidos, ela impulsionou a greve de hoje. Ontem, a
imprensa chilena noticiava que
ela havia deixado o cargo, após
ser acusada de desvirtuar os pedidos dos secundaristas.
Assediada por jornalistas e
políticos, há duas semanas participa de reuniões e debates na
televisão. Pede para a Folha esperar enquanto fala com o namorado: "Não o vejo há uma
semana".
E futuro político? "Queria
ser comandante", ri Sanhueza,
vestida com uma jaqueta estilo
militar da qual diz não ter conseguido tirar "Army USA".
(FM)
FOLHA - Por que você acha que o movimento se tornou a maior mobilização pós-ditadura? Foi a chegada de Bachelet ao poder? MARÍA JESÚS SANHUEZA - Neste momento, somos quem tem mais força para pressionar o governo. Há que ter gente na rua e força midiática e nós temos. Em 2005, tínhamos 30 colégios na assembléia e este ano tivemos 500. Cresceu nossa capacidade de organização. Lógico que depende das condições de poder nacional, mas não foi central, foi fruto da militância. Agora, os estudantes estão conscientes de que a Loce [lei de educação] é muito nefasta. Ter consciência desse tipo de coisa é muito mais difícil do que saber que a ditadura é um mal, que está muito mais visível. FOLHA - O que achou do pacote de
medidas de Bachelet?
FOLHA - Tem ambições políticas?
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