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análise
EUA devem gozar tempo que resta
GIDEON RACHMAN
DO FINANCIAL TIMES
George W. Bush vem registrando recordes de baixa nas pesquisas de opinião nos EUA. Fora de seu
país, ele também é amplamente desprezado. Mas
quando chegar à conferência de cúpula do G8, amanhã, continuará a não haver dúvida sobre quem lidera o mundo.
A despeito da guerra no
Iraque -a despeito de tudo- continuamos a viver
um "momento unipolar".
Os EUA fariam bem em
aproveitar enquanto podem. Por volta de 2020, é
provável que esse momento tenha acabado.
Hoje, os EUA continuam capazes de alegar
predomínio nos espectros
econômico, militar e cultural. Continua a não existir uma alternativa coerente às idéias políticas e
econômicas (capitalismo e
democracia) às quais os
EUA estão associados.
No entanto, a ascensão
da China se tornou tão rápida que a Goldman Sachs
prevê que a economia chinesa superará os EUA em
2027 e não em 2035, como
previsto anteriormente.
Com a Guerra do Iraque, o prestígio dos EUA
despencou. A eleição de
um novo presidente e o fechamento da prisão de
Guantánamo podem ajudar o país a recuperar alguma credibilidade. Mas a
fé inabalável dos americanos em que a democracia,
o mercado livre e o seu
Exército não serão detidos
está sendo substituída por
abordagem mais cínica.
Seria um erro presumir
que a liderança americana
desaparecerá dentro de 20
anos. Tamanho não é tudo.
Mesmo quando a economia da China for maior
que a dos EUA, o americano médio continuará a ser
muito mais rico do que o
chinês médio. E se combinarmos a riqueza com a liberdade política, continua
a ser provável que o "sonho americano" se mantenha mais atraente do que a
realidade chinesa.
À medida que a realidade de uma China cada vez
mais poderosa começa a
ser assimilada, criticar os
EUA talvez se torne passatempo menos popular. Os
críticos que consideram a
política externa do país
amoral e nacionalista não
perdem por esperar quando os chineses chegarem.
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