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Bairro negro de senador quer vizinho na Casa Branca
ROBERTO MACHADO
EM CHICAGO
"Change" (mudança), o lema
da campanha de Barack Obama
à Presidência, significa para um
grupo de eleitores mais do que
uma promessa eleitoral do democrata. Na rua Greenwood,
no bairro de Hyde Park, em
Chicago, "change" é também a
possibilidade de o vizinho mais
ilustre mudar-se para a Casa
Branca, em Washington.
"Estamos todos muito confiantes na vitória", diz Carmelita Rice, atendente do café Medici Bakery, ponto de encontro
de estudantes e professores,
em frente a uma das entradas
da Universidade de Chicago.
Há três meses, o dono do café, também eleitor de Obama,
teve a idéia de confeccionar camisetas com mensagens de
apoio ao candidato -e teve a
adesão dos empregados. Numa
delas, a mensagem lembra que
Obama é um freqüentador do
lugar. Segundo Rice, a última
vez que o senador esteve por lá
foi em fevereiro. "Ele gosta de
ser tratado como uma pessoa
comum." Como a idéia deu certo, no café já existem outros
produtos à venda com mensagem de apoio, como uma tábua
de cortar pães.
A "simplicidade" de Obama é
ressaltada por seus vizinhos de
porta no bairro de Hyde Park-
que abriga a universidade e
grande parte da classe média
alta negra de Chicago.
"Fico entusiasmado com a
idéia de que podemos ter um
presidente que mora perto de
comunidades pobres e que tem
um ponto de ônibus na frente
de casa. Há até pouco tempo
era visto levando as filhas para
comer pizza aqui no bairro", diz
Zach Cannon, 35, que mora no
mesmo quarteirão dos Obama.
A confortável casa em que
Obama mora com a mulher Michelle e as filhas fica num trecho de casas amplas, com carros novos na garagem. O Hyde
Park reúne uma população
eclética. Por ser próximo a uma
das universidades de maior
prestígio dos EUA, é endereço
de professores de renome internacional e de repúblicas estudantis. Mas é, sobretudo, um
bairro da imensa população negra de Chicago -de todas as escalas sociais e de renda.
Nos quarteirões próximos a
Greenwood, moram advogados
e empresários negros. Para
muitos desses eleitores, a proposta de mudança de Obama
não vai se restringir à questão
racial: "Ele vai tornar a América melhor", diz o estudante Antoinne Tolbert.
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