São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

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Bairro negro de senador quer vizinho na Casa Branca

ROBERTO MACHADO
EM CHICAGO

"Change" (mudança), o lema da campanha de Barack Obama à Presidência, significa para um grupo de eleitores mais do que uma promessa eleitoral do democrata. Na rua Greenwood, no bairro de Hyde Park, em Chicago, "change" é também a possibilidade de o vizinho mais ilustre mudar-se para a Casa Branca, em Washington.
"Estamos todos muito confiantes na vitória", diz Carmelita Rice, atendente do café Medici Bakery, ponto de encontro de estudantes e professores, em frente a uma das entradas da Universidade de Chicago.
Há três meses, o dono do café, também eleitor de Obama, teve a idéia de confeccionar camisetas com mensagens de apoio ao candidato -e teve a adesão dos empregados. Numa delas, a mensagem lembra que Obama é um freqüentador do lugar. Segundo Rice, a última vez que o senador esteve por lá foi em fevereiro. "Ele gosta de ser tratado como uma pessoa comum." Como a idéia deu certo, no café já existem outros produtos à venda com mensagem de apoio, como uma tábua de cortar pães.
A "simplicidade" de Obama é ressaltada por seus vizinhos de porta no bairro de Hyde Park- que abriga a universidade e grande parte da classe média alta negra de Chicago.
"Fico entusiasmado com a idéia de que podemos ter um presidente que mora perto de comunidades pobres e que tem um ponto de ônibus na frente de casa. Há até pouco tempo era visto levando as filhas para comer pizza aqui no bairro", diz Zach Cannon, 35, que mora no mesmo quarteirão dos Obama.
A confortável casa em que Obama mora com a mulher Michelle e as filhas fica num trecho de casas amplas, com carros novos na garagem. O Hyde Park reúne uma população eclética. Por ser próximo a uma das universidades de maior prestígio dos EUA, é endereço de professores de renome internacional e de repúblicas estudantis. Mas é, sobretudo, um bairro da imensa população negra de Chicago -de todas as escalas sociais e de renda.
Nos quarteirões próximos a Greenwood, moram advogados e empresários negros. Para muitos desses eleitores, a proposta de mudança de Obama não vai se restringir à questão racial: "Ele vai tornar a América melhor", diz o estudante Antoinne Tolbert.


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