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Uribe não descarta buscar 3º mandato na Colômbia
Questionado, presidente diz querer reeleição de seu programa de segurança
Partido da base governista colhe assinaturas para fazer referendo sobre segunda reeleição de colombiano, que tem aprovação de 80%
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A CARTAGENA (COLÔMBIA)
O presidente da Colômbia,
Álvaro Uribe, voltou a deixar
aberta ontem a possibilidade
de concorrer ao terceiro mandato, em meio a uma campanha
nacional de coleta de assinaturas do governista Partido da
Unidade Nacional (La U) para
aprovar uma emenda constitucional que permita uma nova
reeleição.
"Sou obstinado no que acredito para o país, me manterei
na linha de dizer "buscamos assegurar a reeleição da Segurança Democrática e a confiança
investidora'", disse Uribe, em
entrevista à rádio Caracol, ao
ser questionado sobre o tema.
Uribe recordou que o colega
brasileiro, Luiz Inácio Lula da
Silva, era contrário à possibilidade de reeleição presidencial
para Fernando Henrique Cardoso, mas, quando assumiu o
poder, " acabou reeleito, e agora busca alguém de seu próprio
partido para sucedê-lo".
O termo Segurança Democrática se refere à política linha-dura implantada por Uribe
desde o início de seu governo,
em 2002. A diminuição da violência em áreas urbanas, a queda no número de seqüestros e a
ação militar contra as Farc estão entre os principais motivos
que levaram à reeleição de Uribe, em 2006, e a manter uma
popularidade em torno de 80%,
recorde em quase seis anos.
No ano passado, Uribe admitiu que aceitaria disputar a eleição em caso de uma "hecatombe", definida por ele como uma
falta de consenso em sua coalizão em torno de um candidato
para sucedê-lo.
A alta aceitação de Uribe é o
principal combustível do La U
para tentar recolher ao menos
5 milhões de assinaturas (sobre
uma população de 44 milhões)
com o objetivo de convocar um
referendo sobre a possibilidade
do terceiro mandato.
A iniciativa fez com que os
dois principais partidos da oposição, Pólo Democrático Alternativo (PDA, esquerda) e Liberal (centro esquerda), anunciassem uma aliança para combater a segunda reeleição.
A próxima eleição presidencial será em 2010, e um terceiro
mandato daria mais quatro
anos a Uribe, hoje com 55 anos.
A busca por um terceiro
mandato não é consenso na base de Uribe. Muitos defendem
que ele volte a disputar apenas
em 2014, com a possibilidade
de se reeleger em 2018. Na oposição, muitos crêem que esse é
o "plano A" do presidente.
O debate ocorre quando a
Corte Suprema investiga se o
governo Uribe comprou votos
para assegurar a aprovação da
emenda da reeleição, em 2004.
O repórter Fabiano Maisonnave viajou a Cartagena a convite da Unesco
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